Carta escrita em 1621 (64 anos após a provável data da fundação de Macau), pelo
padre Gabriel de Matos, reitor do Colégio da Madre de Deus de Macau:
«Esta terra (de Macau) foi de El Rey da China e agora he del Rey de Portugal
e dos Portuguezes q morão nella e o titulo por que he sua he por que os
Mandarins de Cantaõ lhe derão e El Rey confirmou a data: consta isto
primeyramente por tradicção e historias impressas. Contrataraõ os Portuguezes
com os Chinas na ilha de Sanchoaõ athe o anno de 1553, e dahi, os mudaraõ para Lampacau no anno de 1555, e daqui os trouxeraõ para Macao
no anno de 1557; no qual os Mandarins lhe deraõ este Porto para nelle tratarem,
e como a homens que já conheciaõ havia annos por mercadores quietos e fieis, os
admittirão ao commercio de Cantão, sendo Fernão Peres de Andrade q poz alli
feitoria por el Rey de Portugal. Confirmou mais esta doação do porto e sitio da
cidade o grande serviço q fizeraõ os Portuguezes ao Reyno, e foi destruir hum
Ladraõ afamado q molestava a Cantaõ, e para este fim trouxeraõ para este porto
mais perto de Cantaõ aos Portuguezes, como affirmaõ os antigos moradores desta
cidade. E com este serviço ficaraõ mais arreigados nelle, e aos Mandarins
grandes tão satisfeitos, q em agradecimento deraõ a cada hum dos Portuguezes
huma chapa de ouro cõ letras a este proposito; e estes merecimentos assentarão
nos livros do tombo da Provincia de Cantaõ e em muitas chapas, que diversos
Mandarins grandes derão a esta Cidade e em diversas occazioens fizerõa mensaõ
delles».
Segundo o padre Gabriel de Matos a autorização para a fixação dos portugueses em Macau ocorre em 1557 e o Imperador da China confirmou a doação de Macau feita pelos mandarins de Cantão. Oito anos mais tarde, o procurador da Cidade de Macau, Cristóvão Ferreira, numa representação em nome do Senado, ao rei Filipe III, afirma que o porto e o sítio de Macau foram doados, por meio duma chapa, concedida pelo Imperador da China:
«A Cidade de Macao q por outro nome se chama a Cidade do nome de Deos -- por seu Procurador Christouão fr.ª (ferreira), homem q na guerra seruio muytas uezes de Capitão principalmente no cerco q os Olandeses lhe puseraõ no anno de 22 em q foraõ desbaratados, E em tempo de paz servio por vezes de vereador E Embaixador ao Emperador do Japão - representa a V. Mag.de como a ditta cidade por seus vizinhos auerem desbaratado ao Tiranno Chimcheo grande Pyratta da Costa do Reyno da China do anno de 1557 alcançou chapa daquelle grande Rey pera se lhe dar o porto E sitio de Macao em que oje viuem».
Segundo o padre Gabriel de Matos a autorização para a fixação dos portugueses em Macau ocorre em 1557 e o Imperador da China confirmou a doação de Macau feita pelos mandarins de Cantão. Oito anos mais tarde, o procurador da Cidade de Macau, Cristóvão Ferreira, numa representação em nome do Senado, ao rei Filipe III, afirma que o porto e o sítio de Macau foram doados, por meio duma chapa, concedida pelo Imperador da China:
«A Cidade de Macao q por outro nome se chama a Cidade do nome de Deos -- por seu Procurador Christouão fr.ª (ferreira), homem q na guerra seruio muytas uezes de Capitão principalmente no cerco q os Olandeses lhe puseraõ no anno de 22 em q foraõ desbaratados, E em tempo de paz servio por vezes de vereador E Embaixador ao Emperador do Japão - representa a V. Mag.de como a ditta cidade por seus vizinhos auerem desbaratado ao Tiranno Chimcheo grande Pyratta da Costa do Reyno da China do anno de 1557 alcançou chapa daquelle grande Rey pera se lhe dar o porto E sitio de Macao em que oje viuem».
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