A gastronomia macaense e o teatro em patuá - antigo dialeto de Macau - vão receber o título de Património Imaterial de Macau pelo Governo da Região no Dia do Património Cultural da China, a 09 de Junho.
"É um acontecimento importante para a cultura macaense porque ambos são fenómenos da manifestação da cultura macaense. É o reconhecimento da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) sobre a importância cultural destes dois elementos: o patuá e a gastronomia", disse o presidente da Associação dos Macaenses, Miguel Senna Fernandes. Para o também encenador do grupo de teatro em patuá, "Doci Papiaçam di Macau", é importante que este "marco e conquista da comunidade macaense" permita "uma maior apreciação e carinho" da administração de Macau. "É um regozijo. Oxalá o Governo envide esforços pelo que corresponde a esta expetativa que é a proteção do teatro patuá e o desenvolvimento e perpetuação por várias formas da gastronomia macaense", disse.
Já Luís Machado, presidente da Confraria da Gastronomia Macaense, que apoiou a candidatura da cultura gastronómica macaense a património imaterial da RAEM, considerou que o título "é o primeiro passo para chegar ao título mundial [de Património Cultural Intangível da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)]", apesar de reconhecer que são processos distintos. "É o culminar de um esforço que tem sido feito não só pela Confraria, mas por todos os macaenses, inclusivamente os que estão na diáspora e que têm sido os grandes divulgadores e promotores da culinária e cozinha macaense", disse.
O próximo passo para o título da UNESCO é apresentar uma candidatura ao Governo central chinês, um trabalho a desenvolver "até ao final do ano", acrescentou Luís Machado. "Agora vamos candidatar-nos a Património Intangível da República Popular da China e será aí que, com o apoio do governo central, tentaremos chegar a Património Intangível da UNESCO", acrescentou."Os monumentos já foram reconhecidos. Agora a cultura gastronómica e o teatro em patuá são outras vertentes dos macaenses. Isto dá-nos regozijo e coloca-nos no mapa", concluiu o presidente da Confraria da Gastronomia Macaense.
A atribuição dos títulos de Património Cultural Imaterial de Macau pelo Instituto Cultural segue um processo de consulta pública de 30 dias, anunciado em fevereiro deste ano.
Além das candidaturas da gastronomia macaense e do teatro em patuá, foram então também aprovadas as crenças e costumes de A-Ma de Macau e as crenças e costumes de Na Tcha de Macau.
O centro histórico de Macau foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO em 2005.
Notícia da agência Lusa assinada por FV a 4-6-2012
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