Dois edifícios no Bairro de São Lázaro vão ser recuperados para a criação da “Casa-Museu Macaense”. A intenção é reconstituir o ambiente de um lar macaense, com um espólio com peças de José Vicente Jorge, Camilo Pessanha e Wenceslau de Moraes. E a estes nomes devem juntar-se outros de famílias macaenses. O projecto ronda os 50 milhões de patacas.
Os dois edifícios estão situados entre as ruas de São Miguel e de São Roque, foram construídos no início do século XX e estão degradados. O projecto que conta com a participação do arquitecto Carlos Marreiros deverá estar concluído em 2013. À frente deste novo museu está a Santa Casa da Misericórdia de Macau, proprietária dos edifícios. Para o provedor António José de Freitas trata-se de um projecto de “valor cultural, histórico e educativo será incalculável”.
Os dois edifícios estão situados entre as ruas de São Miguel e de São Roque, foram construídos no início do século XX e estão degradados. O projecto que conta com a participação do arquitecto Carlos Marreiros deverá estar concluído em 2013. À frente deste novo museu está a Santa Casa da Misericórdia de Macau, proprietária dos edifícios. Para o provedor António José de Freitas trata-se de um projecto de “valor cultural, histórico e educativo será incalculável”.
“A SCM é uma instituição com uma identidade muito própria, para além do serviço social e sem nunca descurar essa parte, entendemos que também é importante contribuir nas vertentes histórica e cultural, sobretudo porque dispomos desses dois prédios patrimoniais, construídos segundo os documentos existentes em 1903”, AJF.
Excerto de artigo do Jornal Tribuna de Macau (jornalista Raquel Carvalho) 11 Agosto 2011
“Vamos tentar reproduzir o ambiente de uma casa macaense de outros tempos, do século XVIII a finais do século XIX, reconstituindo os espaços e as vivências típicas”. Subir as escadas daquele museu será então como entrar em casa de alguém, mas recuando no tempo. “Sala de Jantar, sala de estar, sala de leitura e uma pequena biblioteca” são algumas das divisões que devem surgir como representações fiéis dos hábitos macaenses. Todavia, as modernices da contemporaneidade também não serão esquecidas: haverá uma “secção multimédia, o que permite englobar componentes de som e imagem”, a par de um “mini-café e um pequeno balcão para a venda de lembranças e de obras de artistas locais”.Parte do espólio, segundo descreve o provedor da SCM, está a ser negociado com os netos do sinólogo José Vicente Jorge. “Consideramos a herança cultural da família Vicente Jorge muito importante. O casal também tem manuscritos de Camilo Pessanha e de Wenceslau de Moraes que nos interessam bastante. Para além disso, serão importantes as doações ou cedências temporárias de objectos, artefactos, mobiliário e adereços por pessoas singulares ou colectivas da comunidade de Macau.” António José de Freitas desvenda que já foram realizados “alguns contactos” e que outras famílias macaenses de renome serão abordadas.
Embora o processo ainda não esteja concluído, “penso que temos condições para ter um bom espólio. Já fizemos vários levantamentos [escritos e fotográficos] e sabemos o que é preciso para simular uma vivência típica de uma lar macaense”, resume o provedor.
A Casa-Museu ocupará cerca de 400 metros quadrados, a soma de ambos os prédios, cada um com dois andares. “Esses dois edifícios ainda apresentam pormenores originais em madeira, se bem que bastante degradados. As escadas e os corrimões de madeira são originais, os tectos falsos, assim como as grelhas de ventilação, as molduras dos vãos, a carpintaria das janelas e das portas... Tudo isto será restaurado”, avalia António José de Freitas.
Na opinião de Carlos Marreiros, arquitecto responsável pelo projecto, é possível encontrar ali uma espécie de “compêndio, um glossário em termos de arquitectura de Macau” e que, por isso, convém preservar. “A sua integridade em termos patrimoniais é de 90 e muitos por cento...portanto, vale a pena enfiar a mão e fazer qualquer coisa de decente”. Contudo, a tarefa estará longe de ser fácil. “Todos os madeiramentos têm de ser retirados com muito cuidado e devidamente tratados, porque têm cem anos e em Macau há muito formiga branca”, observa o director-geral do Albergue SCM. Simultaneamente, “o edifício terá de ser reforçado com betão armado ou estrutura metálica para responder a todos os requisitos modernos de segurança física e também contra incêndios. A seguir os madeiramentos serão recolocados no espaço físico previamente restaurado.” Carlos Marreiros acredita mesmo que este poderá ser um “exemplo excelente de técnicas de preservação do património, mantendo a autenticidade e introduzindo elementos de reforço estrutural só onde seja necessário.”
Década de 1990
Freguesia de S. Lázaro no final do séc. XIX
Década de 1970
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