Este é o título da tese de doutoramento - galardoada com o prémio Agostinho da Silva pela Academia de Ciências de Lisboa em 2008 - de Isabel Rijo Correia Pinto, licenciada em enfermagem, mestre em estudos interculturais e doutorada em estudos asiáticos. Viveu 18 anos em Macau onde casou com um macaense e há poucos dias esteve por lá a apresentar o livro. Em declarações ao HM disse:
"Noto que a comunidade macaense em Portugal é uma comunidade envelhecida. As pessoas com quem falei e que normalmente encontro têm todas mais de 40 anos. Os que têm idade inferior a esta, já nasceram lá. São macaenses, mas não por naturalidade. Muitas pessoas que mandavam os filhos estudar para Portugal, quando se deu o 25 de Abril de 1974, pensaram se deviam continuar a fazê-lo, por isso terá havido uma travagem nessas idas. Actualmente, os mais novos macaenses já não escolhem Portugal para viver. Por outro lado, também considerei fundamental nesta pesquisa, saber o que está por detrás de atitudes e comportamentos, uma vez que não tive intenção de obter apenas valores estatísticos, mas também perceber quais os sentimentos que conduziram às respostas dadas."
É ainda a autora do estudo “O Comportamento Cultural dos Macaenses Perante o Nascimento”.
Segundo a autora, "Este é um estudo transversal, descritivo e analítico que pretende dar a conhecer como se comporta culturalmente a etnia macaense residente em Portugal. Nesta investigação, analisam-se os aspectos que a nível cultural são predominantes no seu quotidiano, uma vez que a origem euro-asiática leva a que sejam influenciados pelo oriente, principalmente pela cultura chinesa, devido à localização geográfica de Macau. A esta circunstância alia-se o facto de viverem em Portugal e serem também influenciados pela cultura portuguesa, por razões histórico-culturais. Nesta pesquisa, foi utilizada uma amostra de 50 macaenses, cuja selecção obedeceu aos seguintes critérios: nacionalidade portuguesa; naturalidade macaense; ascendência euro-asiática; português como língua materna (podendo além desta ter outras); fixação de residência em Portugal, com permanência aí de pelo menos seis meses no ano; ter mais de 20 anos e menos de 69 na altura da fixação de residência em Portugal. A questões colocadas no inquérito incidiram em temas relacionados com mobiliário e decoração da casa, vestuário, alimentação, passatempos/comunicação, medicina popular, crenças e superstições, festividades e outros eventos e presente e futuro da cultura macaense. Os resultados dos inquéritos foram confrontados com as informações resultantes do enquadramento teórico elaborado versando os mesmos assuntos entre alguns povos europeus e asiáticos, com especial ênfase para os povos chinês e português. Foram também destacados alguns aspectos relacionados com a etnia macaense, considerados relevantes para este estudo."
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