Luis Ruiz Suárez deixou Espanha (onde nasceu) quando tinha apenas 18 anos, banido do país por ser jesuíta. A viagem levou-o à Bélgica e depois a Cuba, onde chegou em 1937. Apesar de professor, foi desde aí que começou a dedicar-se às causas humanitárias. Em Macau e Guangdong ficou conhecido como um símbolo de ajuda aos leprosos.
Faleceu no dia 26 de Julho de 2011 ao fim de 97 anos e de uma vida dedicada à acção social que lhe concedeu o título oficioso de “padre dos pobres de Macau”. O jesuíta espanhol fundou a Caritas de Macau em 1951 e esteve à frente de diversos centros de apoio social, Numa entrevista ao portal catholic.net, há cinco anos, afirmava que “quando se vê a pobreza não se pode manter os braços cruzados”.
Costumava percorrer as ruas de Macau de mota, mas mais recentemente era de carro que chegava às suas 145 leprosarias espalhadas por toda a China. Tratava de mais de 10 mil doentes e formava ainda os filhos dos leprosos – tinha “2000 alunos entre a escola primária e a universidade”, mencionou ao jornalista do catholic.net. "Houve um aluno, formado em Macau, que se tornou um empresário de sucesso em Hong Kong. Enviou 20 mil dólares de donativos”, relembrou o padre.
Depois de Bélgica e Cuba, Luis Ruiz Suárez chega à China em 1941, onde estudou mandarim. Um ano depois foge devido à II Guerra Mundial e em 1945 é ordenado sacerdote. Embarca para Nanking, onde dava aulas de inglês e onde fica até os comunistas ocuparem a sua missão e o expulsarem. F oi daí que seguiu direito ao território. Na Macau da altura, disse ter encontrado “uma cidade repleta de refugiados, esfomeados, sem dinheiro e sem trabalho”.
Reacções na Rádio Macau:
Paul Pun secretário-geral da Caritas:
"É o “padre dos pobres de Macau” (...) “na década de 1950, muitas pessoas sofriam todo o tipo de dificuldades e não tinham lugar de abrigo”. Paul Pun destacou ainda a acção social levada a cabo pelo jesuíta na China, onde a partir da década de 1980 começou a trabalhar com doentes leprosos. Também em Macau, ajudou os internos do antigo centro de Ka Hó, em Coloane.
Padre Luís Sequeira, antigo superior dos jesuítas em Macau: “Como carismático que foi, estou contente por ver que [o seu trabalho] está a ter continuação entre os jesuítas mais novos, nesta linha do serviço aos mais pobres. É o grande testemunho que nos dá como jesuíta e como Igreja”.
NA: texto elaborado a partir de notícias dos jornais Hoje Macau e Ponto Final.
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