O Verão, ou melhor o mês alto das férias grandes foi sempre e será o que aí vem, o mês de Agosto, o tal de “Peak Season” como é designado pelas agências de viagem pelo mundo fora e Macau não é excepção.
Digo que foi, pois pelo menos nos meus tempos de jovem nesta terra, o mês de Agosto era o preferido para a frequência das colónias de férias da Polícia em Hac-Sá, ou das meninas em Cheoc-Van, para os acampamentos da Mocidade Portuguesa no morro da Artilharia e mais recentemente do Grupo de Escuteiros de Lusófonos de Macau (GELMAC).
Sobre o movimento Escuteiro português, já agora permitam-me aqui um abrir e fechar de parêntesis, sem querer aqui contar a história toda, sabiam os leitores, que este nasceu em Macau!? Em 1912! É verdade e só depois levado para Portugal onde depois então foram criados os Escuteiros de Portugal, um movimento de jovens que sem dúvida ajudou a educar e promoveu a solidariedade humana e foi levado de Macau, é caso para parafrasear o nosso amigo de família e saudoso, Fernando Pessa, que tive o prazer e a honra de conhecer pessoalmente pela primeira vez em Macau, no verão de 1970. E esta ehn!
Na época da canícula, dos tufões e dos excessos, de calor (um verdadeiro “bafo”) e humidade, nada melhor do que um bom refresco. Isto vem mesmo a propósito de recordar as “obras de arte”que se podiam ver por diversos locais do território e Ilhas – “Umas Garrafas Gigantes- anúncios publicitários de refrigerantes!”, digamos que não seriam geniais mas que nos levavam a beber com mais frequência, geladinhas, tiradas do fundo das geleiras, que não passavam de enormes baús de alumínio ou latão, repletos com blocos de gelo, que descongelavam, vindos directamente da fábrica de gelo do Porto Interior!
Uma destas garrafas gigantes, estava “plantada” na curva que apelidávamos de curva com o nome da bebida- Coca-Cola, ou seja também a curva “R”(de reservatório) – á entrada de uma esplanada que me esqueci de referir na crónica dedicada a estes locais de veraneio. Esplanada esta que nos finais de tarde dos anos sessenta (1965/66) os seus frequentadores eram presenteados com música ao vivo, interpretada por uma das muitas bandas de jovens macaenses que tocavam nessa época, um pouco por todo o lado, segundo me confidenciou um destes jovens músicos de outrora e ao qual agradeço muito o seu comentário.
Outras destas “garrafonas gigantones” estavam espalhadas pela vila da Taipa, uns verdadeiros monumentos, muito “naives” que desapareceram todos com advento da época moderna – casineira!
A propósito destes “mamarrachos simpáticos”, vou tentar, através do blog “Macau Antigo” da net, do nosso amigo João Botas, tentar arranjar um exemplar destas garrafas, em foto, para os mais novos poderem ver para crer do que estou para aqui a falar.
Resta-me pois desejar a todos os meus leitores um mês de Agosto, muito refrescado, em contacto com a natureza, com o mar, a praia e as delícias gastronómicas do local onde fizerem o vosso “bunker” ou castelos na areia. Boas leituras, boa música, muito repouso. Que recarreguem as “baterias”para poderem enfrentar a “reentré” ou seja mais um ano lectivo para os estudantes e professores e de trabalho para todos os funcionários em geral sejam públicos ou privados. Boas férias!
NA: crónica da autoria de Luis Machado publicado no JTM de 27-7-2011 que me enviou um e-mail com o seguinte teor: "Esta crónica é dedicada a ti e para o teu Blog Macau Antigo! Obrigado pelas belíssimas fotos! "Keep it up"! Um abração, Luís Machado."
Como forma de agradecimento aqui ficam as fotos a que ele se refere no texto e que tirei no meu regresso a Macau em 2009 na Taipa e em Coloane (Hac Sa).
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