"Ha um mez que se abriu ao publico, no edificio do Arsenal da Marinha, o museu colonial consideravelmente ampliado hoje com os productos que se destinam das nossas colonias á exposição de Paris. As salas do museu estão sempre cheias. Folgamos em extremo. A modestia elegante das ornamentações eo aceio fresco e florido do conjuncto teem de facto uma attracção sympathica communicativa moça. Na escada franjas de relva serpenteam bordando os degraus polvilhados d uma areia subtil e dourada. Nos pequenos patamares acanhados estatuas de bronze sustentam acafates de begonias de amabilis corôam se de trepadeiras parecem offerecer na immobilidade metallica camelias e violetas a quem passa. Chega-se a uma especie de antecamara de caramanchel forrado de heras entrelecidas com uma disposição encantadorainente habil. Em vasos de madeira entalhada toscamente cintados de troncos nodosos de um aspecto rustico de casal habilmente imitado crescem pequenas palmeiras de um verde anemico vago pinheiros bravos e jovens bracejam no centro d um canteirozinho artificial alecrins do Norte torcem e emplumam as suas comas vivamente verdes de um aroma acre em caixões de jardim pintados de verde. Em redor tuffos de folbas bumidas largas avelludadas frageis exhalam uma frescura juvenil alegre bem casada com a luz. (...) Ha uma montra destinada aos trabalhos em madeira e marfim de Macau."
Excerto de um artigo da publicação "Museu Illustrado".
"O museu colonial consta do cinco vastas salas que correm paralelas á rua do Arsenal e de uma extensa galeria que dá para a banda do mar. Nessas seis divisões que constituem outras tantas secções estão methodicamente dispostos em vidraças apropriadas, e scientificamente classificadas por provincias, familias, generos e especies, os productos vegetaes, animaes e mineraes de Cabo Verde, Angola, Moçambique, India Portugueza, S. Thomé e Principe, Macau e Timor."
Excerto de um artigo da publicação "Archivo de Pharmacia".
A 1 de Dezembro de 1869 o Ministério da Marinha e Ultramar nomeou uma comissão encarregue de organizar um museu estatal de âmbito colonial. Cinco meses depois, a 15 de Maio de 1870, abria as portas ao público o Museu Colonial de Lisboa (zona da Ribeira das Naus). Em 1892 o Governo decidiu incorporar o acervo do museu numa instituição privada, a Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL). Dessa fusão resultou o Museu Colonial e Etnográfico da SGL.
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