Em "Os Grandes Enigmas da Segunda Guerra Mundial", de Bernard Michal (2015), o capítulo dedicado a "Wong Kong Kit: o 'gangster' de Macau", é um dos 23 enigmas analisados. Mais precisamente o 17º pretendendo-se descobrir a identidade de um gangster sinistro que percorre as ruas de uma cidade cheia de refugiados e crianças com fome... Wong Kong Kit, assim é o seu nome.
Excerto: "Entre todos, o mais sinistro bandoleiro que deu pelo nome de Wong Kong Kit, o qual, secundado por sua mulher, ditou leis em Macau durante alguns anos..."
O autor recorre essencialmente ao testemunho deixado por Monsenhor Manuel Teixeira.
O autor recorre essencialmente ao testemunho deixado por Monsenhor Manuel Teixeira.
Wong Kong Kit tinha o seu "quartel-general" numa moradia na Avenida Coronel Mesquita e residência na Av. Ouvidor Arriaga, defendida por sacos de areia e metralhadoras. Segundo Monsenhor Manuel Teixeira “Wong Kong Kit foi o verdadeiro Clyde de Macau durante a II Guerra Mundial. Era um sujeito de voz activa que tinha um complemento directo na pessoa de sua Madame Bonnie ilustre costureira, cujas mãos sanguinárias em vez de manusearem a agulha em delicadíssimos bordados empunhavam dois revólveres, que ela podia disparar tanto da esquerda para a direita como da direita para a esquerda. (…) Estes dois “gangsters” apareceram por encanto na nossa fronteira e estabeleceram a sua firma Bonnie and Clyde sob a superintendência da gendermeria japonesa (…) qual o negócio? Espionagem, pressão contra o governo português, fiscalização de arroz importado da China, impondo uma taxa sobre ele. Quais os meios com que contava? Ele transitava pelas ruas em 2 automóveis com 8 homens armados de pistola “Mauser” e revólver de calibre não inferior a 38. Tinha apoio da gendarmeria japonesa sob o comando do coronel Sawa”.
Sugestão de leitura: "Macau 1937-1945: os anos da guerra"
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