Edição Museu Marítimo de Macau, 1999 |
António José Gonçalves Pereira nasceu em 26 de Julho de 1855 em Gontinhães (Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha), filho de Francisco Gonçalves do Rego e Ana Maria Pereira, modestos lavradores da freguesia.
Foi educado pelos tios, Comendador José Bento Ramos Pereira e D. Maria Gertrudes da Silva Pereira, com casa comercial no Rio de Janeiro. Estudou em Leça, no Colégio dirigido por D. Pedro Montezuma, nos liceus do Porto, Viana do Castelo, na Academia Politécnica e Escola Médica do Porto. Médico Naval, em 1886, no posto de 2.º Tenente, esteve embarcado nas canhoneiras «Bengo», «Diu» e no Cruzador D. Carlos.
Sobre a sua primeira viagem disse: «Abriram-se as portas do mundo, e em toda esta minha vida movimentada percorri quase todos os oceanos, costeei continentes, uns cobertos de luxuriante vegetação, outros áridos e arenosos; as ilhas que pareciam corbelhas de flores baloiçando-se no meio do mar; vi cidades, Babilónias indescritíveis, crianças nos anos e velhas no tamanho; toquei nas águas da mais bela catarata do mundo – o Niágara, atravessei o Continente Norte-Americano, num verdadeiro palácio de rodas – o Pullman, e lagoa em caminho de ferro; planícies que pareciam oceanos de verdura; ascendi ao cume de Montanhas Rochosas cobertas de gelos eternos; vi lagos de água salgada, aonde esta parece não dever existir; atravessei o grande Deserto Americano compreendido entre as Montanhas Rochosas e a Serra Nevada; vi o Oriente e a Oceânia, um com as suas antigas civilizações, outro quase no estado primitivo; assisti a deslumbrantes festas reais e de Chefes de Estado; tomei parte em cerimonial marítimo de indizível grandeza; vi vulcões em actividade e vulcões extintos; admirei a imponência das Pirâmides do Egipto; fotografei-me junto da Esfinge; vi múmias de Faraós de 3.000 anos antes de Cristo; vi o Cairo, vi Malta, vi Argel com os seus famosos templos e velhas mesquitas; vi as novas cidades da América do Sul, vi enfim tanta maravilha da natureza e da arte, que perante tão extraordinária beleza me descobria invocando aqueles que me puseram em estado de as admirar. Foi um nunca acabar de impressões grandiosas, que só as pode bem avaliar quem durante 24 anos vagabundeou quase incessantemente. A minha vida foi um perfeito caleidoscópio, e para que nada faltasse conquistei as mais honrosas condecorações e os melhores amigos. Quem ler esta pequena resenha de impressões, bem poderá ajuizar o que tem de belo a minha peregrinação pelo mundo. E com tal movimento, esta pedra não criou bolor.»
Gonçalves Pereira exerceu cargos directivos no Posto-Médico do Arsenal, da Cordoaria e do Hospital da Marinha. Foi ainda Professor de Ciências Matemáticas, de Ciências Naturais e Cronista.
Viveu em Macau, onde casou, a 25 de Abril de 1892, com a macaense, D. Edith Maria Constança Nolasco da Silva, filha mais velha de Pedro Nolasco da Silva (1842-1912) e de Edith Maria Angier. Senador eleito pelo círculo n.º 50 (Macau) em 1916, fez parte das Comissões de Higiene e Assistência, Marinha, Guerra, Finanças, Orçamento e Colónias.
Gonçalves Pereira exerceu cargos directivos no Posto-Médico do Arsenal, da Cordoaria e do Hospital da Marinha. Foi ainda Professor de Ciências Matemáticas, de Ciências Naturais e Cronista.
Viveu em Macau, onde casou, a 25 de Abril de 1892, com a macaense, D. Edith Maria Constança Nolasco da Silva, filha mais velha de Pedro Nolasco da Silva (1842-1912) e de Edith Maria Angier. Senador eleito pelo círculo n.º 50 (Macau) em 1916, fez parte das Comissões de Higiene e Assistência, Marinha, Guerra, Finanças, Orçamento e Colónias.
Na sua primeira intervenção como Senador referiu-se às ocorrências na Ilha da Lapa ou dos Padres:
«Sr. Presidente: começo por ler uma carta que ultimamente recebi de Macau.
"A notícia, mais desagradável, que lhe posso dar, é a que se refere à ocupação militar da Ilha da Lapa. O governador Maia (Carlos da Maia, governador entre 1914 e 1916) mandou em tempos desembarcar ali soldados disfarçados vestidos à paisana. Estes reuniram-se numa casa da Ilha, aonde arvoraram a bandeira portuguesa. Os chineses, logo que os viram e reconheceram, correram-nos da Ilha e obrigaram-nos a arrear a bandeira. Consta agora que os chineses, mandaram para ali soldados e metralhadoras de modo a receberem-nos doutro modo, se outra tentativa houver. Foi o acto mais impolítico que o governador podia praticar, e que muito nos pode comprometer no futuro. Todos o censuram e se admiram como cometeu aquela imprudência».
Quando a China implantou, no seu país, o regime republicano, as províncias do sul revolucionaram-se, e essas revoluções reflectiram-se, mais ou menos, nas povoações próximas de Macau, entre as quais está a ilha da Lapa. Esta ilha foi abandonada por grande número dos seus habitantes, de forma que ela ficou, por assim dizer, em poder dos revoltosos que a breve trecho também dela saíram. O Sr. Maia, Governador de Macau, julgou ser este o momento azado para nos apoderarmos da Ilha e combinou com o comandante da polícia estabelecer uma espécie de quartel flutuante, no porto interior de Macau, para os nossos soldados, sob o comando de um oficial. Na Ilha haviam preparado uma casa, para onde iam à paisana, onde arvoraram primeiro a bandeira chinesa, passando depois a arvorarem a bandeira portuguesa. Os chineses logo que viram ali a nossa bandeira, correram os nossos soldados, e fizeram arriar a bandeira. O Governador retirou de Macau no mês de Setembro, mas deixou ali ordem, segundo as informações que tenho, para que a nossa bandeira fosse de novo arvorada na referida Ilha, no dia 5 de Outubro. O secretário do Governo, cumprindo essa ordem, mandou que a bandeira fosse hasteada, mas sucedeu o mesmo que da primeira vez: foi arriada e os soldados postos de lá para fora.
Consta-me que o Governo chinês, em consequência destes casos, mandou ocupar a Ilha, militarmente, mandando para ela, soldados e munições. Sr. Presidente: não faço largos comentários a este facto, que tem tanto de deplorável como de impolítico e imprudente, mas sempre direi que, se não estamos hoje a braços com uma complicação grave com a China, havemos de a ter num futuro mais ou menos próximo, quando nos decidirmos a solucionar o problema da delimitação de Macau. E, Sr. Presidente, para que não se julgue que as minhas palavras são fantasiosas, eu vou referir à Câmara o que se passou em 1908, com uma imprudência quase igual à de agora. Em 1908, o Governa Chinês soube que tinha partido do Japão para Macau um navio carregado de armas para serem introduzidas na China clandestinamente. O Governo Chinês mandou uma canhoneira próximo de Macau ao encontro desse navio e tendo-o encontrado próximo da ilha de Woucame, levou-o para Cantão e apresou as armas.
O Governo Japonês, logo que soube deste aprisionamento, mandou quatro cruzadores a Cantão, exigiu o navio e as armas, uma indemnização e uma satisfação à bandeira japonesa no próprio local onde o navio fora apresado. A China sofreu estes vexames, satisfazendo todas as exigências, menos a da entrega das armas, porque, dizia ela, se as entregasse iriam para Macau e seriam, introduzidas na China, mas teve de pagar uma indemnização pelas armas, proximamente 2:000.000$. Ficou assim o negócio liquidado com o Japão, mas a China veio depois pedir satisfação a Portugal. Quando se tratou de resolver este problema o Governo Português, cujo Ministro dos Negócios Estrangeiros era o Sr. Venceslau de Lima, para o solucionar satisfatoriamente para Portugal, declarou que as armas tinham sido aprisionadas em águas chinesas e não portuguesas.
Os chinas calaram-se e aceitaram esta explicação como boa. Poucos anos depois, o Governo Português mandava a Macau uma comissão composta dos Srs. General Machado e Norton de Matos, que é hoje Ministro da Guerra (1915-1917), para proceder à delimitação daquela nossa colónia, e quando se tratou de discutir o direito que tínhamos às ilhas que rodeiam Macau, entre elas a da Lapa, os comissários chineses declararam que Portugal tinha dito que eram chinesas as águas onde o navio tinha sido apresado e, portanto, chinesas eram as ilhas banhadas por essas águas e não quis admitir mais que na conferência se tratasse da posse das ilhas que rodeiam Macau, ficando assim malogradas as delimitações de Macau.
Agora, quando o Governo Português se resolver a solucionar este problema das delimitações, que é urgente fazerem-se, ela há-de dizer que lhe pertence a Ilha da Lapa, que está ocupada militarmente, sem apresentarmos reclamação nenhuma, e por consequência os trabalhos das delimitações ficam malogradas, como da primeira vez.
É esta a consequência fatal do acto imprudente e impolítico praticado pelo governador Maia. Sr. Presidente: na minha qualidade de Senador, representante de Macau, protesto energicamente contra este facto e protesto mais contra a volta do governador para Macau, porque a presença dele ali há-de ser irritante, principalmente entre os chinas da Ilha da Lapa, que têm vivido constantemente em óptimas relações de amizade connosco, prestando-nos até importantíssimos serviços, de que eu fui testemunha, quando se tratou da epidemia da peste bubónica, sujeitando-se a receber na sua ilha todos os empestados de Macau para que pudéssemos sanear a nossa colónia à vontade.
É preciso que o Governo saiba que, se um dia tomarmos posse da Ilha da Lapa, não há-de ser pela força, que ali não temos, nem pela violência, mas sim por actos de boa amizade entre os dois países e mercê duma hábil diplomacia da nossa parte para com a China.
É necessário também que se saiba que em Macau há uma população de 100:030 almas; que só 4:000 ou 5:000 almas são portuguesas; que quase toda a polícia de Macau é composta de chineses, em que se não pode ter grande confiança.
Ainda na última mala que chegou recebi um jornal que dizia o seguinte:
«Esteve em Macau, a conferenciar com o governo da colónia, dizem que sobre assuntos respeitantes aos territórios vizinhos, o secretário do governador civil de Cantão, Sr. Dr. Lin-tsu-fang. Não sabemos o que resultou da conferência». Ora os territórios vizinhos de Macau, em que nós podemos ter interesses, são as ilhas que rodeiam Macau. Não sei o que se tratou na conferência, mas, com certeza, que não havia de ser cousa nenhuma favorável para nós. Sr. Presidente: brevemente vão ser postas em execução, nas colónias, as cartas orgânicas. Os governos das colónias tornam-se, por isso, mais difíceis. Eu pedia ao Governo que não mandasse para as nossas colónias senão homens ponderados, e não aprendizes, a fim de que não haja complicações, das quais poderão resultar graves dificuldades para nós. Sobre o caso não faço mais considerações. Estas deviam ser feitas na presença do Sr. Ministro das Colónias ou do Sr. Ministro dos Estrangeiros, mas S. Ex.as nem sempre podem vir â Câmara, e por isso peço a V. Exa., Sr. Presidente, que tenha a extrema amabilidade de as fazer chegar ao conhecimento desses Srs. Ministros para que sejam tomadas na consideração que mereçam (Apoiados).
Vozes: - Muito bem.»
«Sr. Presidente: começo por ler uma carta que ultimamente recebi de Macau.
"A notícia, mais desagradável, que lhe posso dar, é a que se refere à ocupação militar da Ilha da Lapa. O governador Maia (Carlos da Maia, governador entre 1914 e 1916) mandou em tempos desembarcar ali soldados disfarçados vestidos à paisana. Estes reuniram-se numa casa da Ilha, aonde arvoraram a bandeira portuguesa. Os chineses, logo que os viram e reconheceram, correram-nos da Ilha e obrigaram-nos a arrear a bandeira. Consta agora que os chineses, mandaram para ali soldados e metralhadoras de modo a receberem-nos doutro modo, se outra tentativa houver. Foi o acto mais impolítico que o governador podia praticar, e que muito nos pode comprometer no futuro. Todos o censuram e se admiram como cometeu aquela imprudência».
Quando a China implantou, no seu país, o regime republicano, as províncias do sul revolucionaram-se, e essas revoluções reflectiram-se, mais ou menos, nas povoações próximas de Macau, entre as quais está a ilha da Lapa. Esta ilha foi abandonada por grande número dos seus habitantes, de forma que ela ficou, por assim dizer, em poder dos revoltosos que a breve trecho também dela saíram. O Sr. Maia, Governador de Macau, julgou ser este o momento azado para nos apoderarmos da Ilha e combinou com o comandante da polícia estabelecer uma espécie de quartel flutuante, no porto interior de Macau, para os nossos soldados, sob o comando de um oficial. Na Ilha haviam preparado uma casa, para onde iam à paisana, onde arvoraram primeiro a bandeira chinesa, passando depois a arvorarem a bandeira portuguesa. Os chineses logo que viram ali a nossa bandeira, correram os nossos soldados, e fizeram arriar a bandeira. O Governador retirou de Macau no mês de Setembro, mas deixou ali ordem, segundo as informações que tenho, para que a nossa bandeira fosse de novo arvorada na referida Ilha, no dia 5 de Outubro. O secretário do Governo, cumprindo essa ordem, mandou que a bandeira fosse hasteada, mas sucedeu o mesmo que da primeira vez: foi arriada e os soldados postos de lá para fora.
Consta-me que o Governo chinês, em consequência destes casos, mandou ocupar a Ilha, militarmente, mandando para ela, soldados e munições. Sr. Presidente: não faço largos comentários a este facto, que tem tanto de deplorável como de impolítico e imprudente, mas sempre direi que, se não estamos hoje a braços com uma complicação grave com a China, havemos de a ter num futuro mais ou menos próximo, quando nos decidirmos a solucionar o problema da delimitação de Macau. E, Sr. Presidente, para que não se julgue que as minhas palavras são fantasiosas, eu vou referir à Câmara o que se passou em 1908, com uma imprudência quase igual à de agora. Em 1908, o Governa Chinês soube que tinha partido do Japão para Macau um navio carregado de armas para serem introduzidas na China clandestinamente. O Governo Chinês mandou uma canhoneira próximo de Macau ao encontro desse navio e tendo-o encontrado próximo da ilha de Woucame, levou-o para Cantão e apresou as armas.
O Governo Japonês, logo que soube deste aprisionamento, mandou quatro cruzadores a Cantão, exigiu o navio e as armas, uma indemnização e uma satisfação à bandeira japonesa no próprio local onde o navio fora apresado. A China sofreu estes vexames, satisfazendo todas as exigências, menos a da entrega das armas, porque, dizia ela, se as entregasse iriam para Macau e seriam, introduzidas na China, mas teve de pagar uma indemnização pelas armas, proximamente 2:000.000$. Ficou assim o negócio liquidado com o Japão, mas a China veio depois pedir satisfação a Portugal. Quando se tratou de resolver este problema o Governo Português, cujo Ministro dos Negócios Estrangeiros era o Sr. Venceslau de Lima, para o solucionar satisfatoriamente para Portugal, declarou que as armas tinham sido aprisionadas em águas chinesas e não portuguesas.
Os chinas calaram-se e aceitaram esta explicação como boa. Poucos anos depois, o Governo Português mandava a Macau uma comissão composta dos Srs. General Machado e Norton de Matos, que é hoje Ministro da Guerra (1915-1917), para proceder à delimitação daquela nossa colónia, e quando se tratou de discutir o direito que tínhamos às ilhas que rodeiam Macau, entre elas a da Lapa, os comissários chineses declararam que Portugal tinha dito que eram chinesas as águas onde o navio tinha sido apresado e, portanto, chinesas eram as ilhas banhadas por essas águas e não quis admitir mais que na conferência se tratasse da posse das ilhas que rodeiam Macau, ficando assim malogradas as delimitações de Macau.
Agora, quando o Governo Português se resolver a solucionar este problema das delimitações, que é urgente fazerem-se, ela há-de dizer que lhe pertence a Ilha da Lapa, que está ocupada militarmente, sem apresentarmos reclamação nenhuma, e por consequência os trabalhos das delimitações ficam malogradas, como da primeira vez.
É esta a consequência fatal do acto imprudente e impolítico praticado pelo governador Maia. Sr. Presidente: na minha qualidade de Senador, representante de Macau, protesto energicamente contra este facto e protesto mais contra a volta do governador para Macau, porque a presença dele ali há-de ser irritante, principalmente entre os chinas da Ilha da Lapa, que têm vivido constantemente em óptimas relações de amizade connosco, prestando-nos até importantíssimos serviços, de que eu fui testemunha, quando se tratou da epidemia da peste bubónica, sujeitando-se a receber na sua ilha todos os empestados de Macau para que pudéssemos sanear a nossa colónia à vontade.
É preciso que o Governo saiba que, se um dia tomarmos posse da Ilha da Lapa, não há-de ser pela força, que ali não temos, nem pela violência, mas sim por actos de boa amizade entre os dois países e mercê duma hábil diplomacia da nossa parte para com a China.
É necessário também que se saiba que em Macau há uma população de 100:030 almas; que só 4:000 ou 5:000 almas são portuguesas; que quase toda a polícia de Macau é composta de chineses, em que se não pode ter grande confiança.
Ainda na última mala que chegou recebi um jornal que dizia o seguinte:
«Esteve em Macau, a conferenciar com o governo da colónia, dizem que sobre assuntos respeitantes aos territórios vizinhos, o secretário do governador civil de Cantão, Sr. Dr. Lin-tsu-fang. Não sabemos o que resultou da conferência». Ora os territórios vizinhos de Macau, em que nós podemos ter interesses, são as ilhas que rodeiam Macau. Não sei o que se tratou na conferência, mas, com certeza, que não havia de ser cousa nenhuma favorável para nós. Sr. Presidente: brevemente vão ser postas em execução, nas colónias, as cartas orgânicas. Os governos das colónias tornam-se, por isso, mais difíceis. Eu pedia ao Governo que não mandasse para as nossas colónias senão homens ponderados, e não aprendizes, a fim de que não haja complicações, das quais poderão resultar graves dificuldades para nós. Sobre o caso não faço mais considerações. Estas deviam ser feitas na presença do Sr. Ministro das Colónias ou do Sr. Ministro dos Estrangeiros, mas S. Ex.as nem sempre podem vir â Câmara, e por isso peço a V. Exa., Sr. Presidente, que tenha a extrema amabilidade de as fazer chegar ao conhecimento desses Srs. Ministros para que sejam tomadas na consideração que mereçam (Apoiados).
Vozes: - Muito bem.»
Republicano convicto desde a primeira hora, Gonçalves Pereira cedo se desiludiu com o rumo dos acontecimentos.
Reformou-se, a seu pedido, com o posto de Capitão-de-fragata.
«A minha tristeza», diz ele, «foi enorme. Escondi os meus uniformes, cujos galões tanto honrei, guardei a minha espada virgem e impoluta, beijei as condecorações que tão honradamente ganhei; e reportei-me ao meu passado tão belo, tão distraído e tão honroso.»
Colaborou na Ilustração Portuguesa e publicou as obras "Manifesto Eleitoral" (1915), "A minha auto-biografia" (1941) e "Imagens do Oriente, Impressões de viagens", editada depois da sua morte (1999), que ocorreu em Lisboa a 9 de Fevereiro de 1942.
«A minha tristeza», diz ele, «foi enorme. Escondi os meus uniformes, cujos galões tanto honrei, guardei a minha espada virgem e impoluta, beijei as condecorações que tão honradamente ganhei; e reportei-me ao meu passado tão belo, tão distraído e tão honroso.»
Colaborou na Ilustração Portuguesa e publicou as obras "Manifesto Eleitoral" (1915), "A minha auto-biografia" (1941) e "Imagens do Oriente, Impressões de viagens", editada depois da sua morte (1999), que ocorreu em Lisboa a 9 de Fevereiro de 1942.
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