"Macau Confidencial", livro do investigador da História de Macau João Guedes recentemente publicado, relata episódios guardados a sete chaves durante décadas, como o jantar que desencadeou o Iberismo ou a fundação do Partido Comunista do Vietname.
O livro, publicado recentemente, fala "de variadíssimos episódios situados nos finais do século XIX mas principalmente nos inícios do século XX, até à ascensão de Salazar, que foi um período interessantíssimo da história de Macau", explicou João Guedes à agência Lusa.
O autor destacou três momentos: o Iberismo, a coincidência (ou não) da I República em Portugal e na China e a fundação do Partido Comunista do Vietname.
O "Iberismo", ideologia que defende a unificação política de Portugal e Espanha, que teve o seu apogeu na segunda metade do século XIX, como narra João Guedes, é "bem conhecido".
Contudo, talvez poucos saibam que a ideia de união ibérica, dois séculos depois da restauração de Portugal em 1640, teve o seu nascimento, de facto, no Paço Episcopal de Macau. A corrente que pretendia unir as duas coroas teve como impulsionadores Jerónimo José da Mata, bispo da diocese de Macau, Carlos José Caldeira (seu primo), enviado especial do Governo português à China.
Sinibaldo de Mas, catalão de origem e ministro plenipotenciário de Espanha na China, o padre canonista J. Foixa e o dominicano espanhol J. Fernando, que "selaram num jantar", no verão de 1850, um pacto "em que se brindou à Ibéria e à 'conveniência da união pacífica e legal de Portugal e Espanha'", escreve o também jornalista na sua mais recente obra.
"Esses vultos da altura entendiam que Portugal e Espanha deviam unir-se porque estavam em perigo os seus respectivos impérios ultramarinos", detalha o jornalista e investigador.
"Esse projecto, completamente peregrino, não chegou depois a ser subscrito em Portugal mas tinha defensores no governo português.
Neste livro de João Guedes "há também a história completamente escondida do movimento anarquista chinês que tem em Macau o seu quartel-general no início do século XX". Outro episódio revelado no livro prende-se com a fundação do Partido Comunista do Vietname, no Hotel Cantão, "um segredo que é guardado durante mais de 70 anos".
"Macau Confidencial" tem por uma base uma série de artigos escritos semanalmente no Jornal Tribuna de Macau ao longo de mais de dois anos, de uma forma esparsa.
O livro, publicado recentemente, fala "de variadíssimos episódios situados nos finais do século XIX mas principalmente nos inícios do século XX, até à ascensão de Salazar, que foi um período interessantíssimo da história de Macau", explicou João Guedes à agência Lusa.
O autor destacou três momentos: o Iberismo, a coincidência (ou não) da I República em Portugal e na China e a fundação do Partido Comunista do Vietname.
O "Iberismo", ideologia que defende a unificação política de Portugal e Espanha, que teve o seu apogeu na segunda metade do século XIX, como narra João Guedes, é "bem conhecido".
Contudo, talvez poucos saibam que a ideia de união ibérica, dois séculos depois da restauração de Portugal em 1640, teve o seu nascimento, de facto, no Paço Episcopal de Macau. A corrente que pretendia unir as duas coroas teve como impulsionadores Jerónimo José da Mata, bispo da diocese de Macau, Carlos José Caldeira (seu primo), enviado especial do Governo português à China.
Sinibaldo de Mas, catalão de origem e ministro plenipotenciário de Espanha na China, o padre canonista J. Foixa e o dominicano espanhol J. Fernando, que "selaram num jantar", no verão de 1850, um pacto "em que se brindou à Ibéria e à 'conveniência da união pacífica e legal de Portugal e Espanha'", escreve o também jornalista na sua mais recente obra.
"Esses vultos da altura entendiam que Portugal e Espanha deviam unir-se porque estavam em perigo os seus respectivos impérios ultramarinos", detalha o jornalista e investigador.
"Esse projecto, completamente peregrino, não chegou depois a ser subscrito em Portugal mas tinha defensores no governo português.
Neste livro de João Guedes "há também a história completamente escondida do movimento anarquista chinês que tem em Macau o seu quartel-general no início do século XX". Outro episódio revelado no livro prende-se com a fundação do Partido Comunista do Vietname, no Hotel Cantão, "um segredo que é guardado durante mais de 70 anos".
"Macau Confidencial" tem por uma base uma série de artigos escritos semanalmente no Jornal Tribuna de Macau ao longo de mais de dois anos, de uma forma esparsa.
Notícia da Agência Lusa 6.4.2016
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