Na sequência do final da 2ª Guerra Mundial e terminado o comércio do ópio Macau encontrou no comércio do ouro a salvação para uma economia fortemente abalada pelas consequências do segundo conflito mundial que na região se denominou Guerra do Pacífico. Portugal não assinou o tratado de Bretton Wood que fixou o preço do ouro em 35 dólares a onça. Em Macau praticava-se o preço livre. Era o mercado a funcionar. O preço rondava os 50 dólares/onça. A Macau chegavam cerca de 500 mil onças/mês oriundas das Filipinas (hidroavião). O Governo de Macau cobrava um imposto de 60 cêntimos por cada onça que entrava e saía do Território. O ouro chegava com 99,6% de pureza mas era-lhe acrescentado prata, fazendo com que o grau de pureza descesse para os 99%, o mínimo exigido pelo mercado chinês. Que negócio!
Os juncos faziam o transporte do ouro para Hong Kong. Por cada onça transportada cobravam um dólar. Estas ‘carreiras’ eram muitas vezes atacadas por piratas. É também nesta época que ocorre em Macau o primeiro sequestro a nível mundial de um avião comercial...
Nas imagens acima o descarregamento do ouro junto ao banco Tai Fung na Av. Almeida Ribeiro/San Ma Lo.
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Notícia publicada no jornal “Voz de Macau” em 1 de Agosto de 1947- “Vindo de Manila chegou há dias a esta cidade um bimotor da Cathay Pacific Airways que, segundo dizem, trouxe barras de ouro para diversas firmas bancárias de Macau”.
No final desse ano, o jornal “Notícias de Macau” publicava a seguinte notícia: “...o precioso metal, importado quase diariamente por via aérea, por várias casas bancárias, era exportado para Hong Kong,´Cantão e várias cidades da região”.
No final desse ano, o jornal “Notícias de Macau” publicava a seguinte notícia: “...o precioso metal, importado quase diariamente por via aérea, por várias casas bancárias, era exportado para Hong Kong,´Cantão e várias cidades da região”.
Cambista Tai Fung |
Testemunho de Américo Monteiro: "Eu nos finais dos anos 60 como representante dos Serviços de Finanças de Macau fui dezenas de vezes, como um dos elementos da Comissão de Recepção do Ouro, fui à Av. Almeida Ribeiro, No. 146, r/c, onde se situava o Banco Seng Heng. Eu era encarregado pela pesagem e número das respectivas barras (nessa altura um tael só custava 200 e poucas patacas). Além do representante dos Serv. de Finanças havia outro da Direcção dos Serv. de Economia e um Oficial Superior dos Serviços de Marinha. Havia sempre uma escolta da PSP desde o Cais de Desembarque até ao referido Banco. De seguida era-nos oferecido um grande almoço no restaurante chinês Long Kei."
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