Na Estrada de Cacilhas, sobranceira ao Monte da Guia, ainda se pode ver o que resta da antiga Fonte da Solidão. Foi construída em 1882 com uma fisionomia ligeiramente diferente da actual. Na época a estrada denominava-se "Solidão", tal era o afastamento do centro da cidade...
O acesso a água potável foi desde tempos remotos um dos maiores problemas da vida quotidiana no território. Era da ilha da Lapa (do outro lado do Porto Interior) que chegava, por barco, grande parte da água que matava a sede à cidade.
Num relatório de 1883 pode ler-se:
"É Macau excepcionalmente pobre em águas, sobretudo em águas potáveis, porque os numerosos poços que abastecem a população vão procurar uma veia quase ao nível do mar formada por águas de infiltração sempre mais ou menos salobras, carregadas de matérias orgânicas, e portanto impróprias para beber, vindo assim a pouca pureza da água juntar mais um elemento de insalubridade a tantas outras que são inevitáveis nas grandes aglomerações de indivíduos.”No início do século XX, existiam mais de um milhar de poços. Só na freguesia da Sé existiam 50 poços públicos e 407 particulares. Apesar de numerosos, os poços, que também eram usados para fornecer a água de combate aos incêndios, não chegavam para as encomendas e com o aumento da população e a falta de saneamento, muitos deles ficaram inquinados. Em 1913 um relatório indica mesmo que não existia um único poço com água capaz para o consumo humano.
O acesso a água potável foi desde tempos remotos um dos maiores problemas da vida quotidiana no território. Era da ilha da Lapa (do outro lado do Porto Interior) que chegava, por barco, grande parte da água que matava a sede à cidade.
Num relatório de 1883 pode ler-se:
"É Macau excepcionalmente pobre em águas, sobretudo em águas potáveis, porque os numerosos poços que abastecem a população vão procurar uma veia quase ao nível do mar formada por águas de infiltração sempre mais ou menos salobras, carregadas de matérias orgânicas, e portanto impróprias para beber, vindo assim a pouca pureza da água juntar mais um elemento de insalubridade a tantas outras que são inevitáveis nas grandes aglomerações de indivíduos.”No início do século XX, existiam mais de um milhar de poços. Só na freguesia da Sé existiam 50 poços públicos e 407 particulares. Apesar de numerosos, os poços, que também eram usados para fornecer a água de combate aos incêndios, não chegavam para as encomendas e com o aumento da população e a falta de saneamento, muitos deles ficaram inquinados. Em 1913 um relatório indica mesmo que não existia um único poço com água capaz para o consumo humano.
No início do século XXI
Um pouco por toda a cidade existiam cisternas para aproveitamento da água das chuvas. Numa altura em que ainda não havia água canalizada, a solução era recorrer a fontes/nascentes. As mais conhecidas eram as fontes do Nilau/Lilau, Flora, Inveja e ainda a do Filósofo, esta última na Taipa. Mas existiam outras. Na Barra, junto ao colégio de S. Paulo. A “Fonte da Inveja” ficava perto da actual saída do túnel da Guia que dá para a avenida Horta e Costa, conhecida entre os chineses por “I Long Hou”. Corria para a Ribeira do Patane.
O abastecimento de água potável ao território só ficou parcialmente resolvido na década de 1930 com a construção do reservatório.
O abastecimento de água potável ao território só ficou parcialmente resolvido na década de 1930 com a construção do reservatório.
Publicado no JTM 29.05.2014
Muito obrigado pela partilha da história, foi muito interessante. cumprimentos, Alexandre
ResponderEliminar