Macau envelhecido nas fachadas;
Becos, pátios, lúgubres escadas;
rostos, aguarelas nos postigos;
luzes, sombras; contrastes muito antigos;
fios, gaiolas, roupas penduradas.
Becos, pátios, lúgubres escadas;
o mahjong e o chá para os amigos;
divindades, incensos e formigas,
em volta das comidas ofertadas.
Um recorte de igreja ou de pagode!
brisas das ventoinhas, velharias;
sons, odores, mistura de hino e ode!
Mas já o camartelo está à espreita!
O passado a morrer sem poesia
E o futuro sem alma satisfeita!
Soneto "Quadro de Macau Antigo", de António Correia radicado em Macau desde 1980 in "Antologia de Poetas de Macau", 1999 ICM/IPO e "Amagao, Meu Amor",1992 MacauHoje Lda
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