"Visitei no dia 9 a igreja de Santo Agostinho ouvindo ahi missa com o governador. É uma igreja toda pintada de azul e branco*, uma igreja muito patriota e nacional. Poucas damas ali estavam, mas todas trajando os dós pretos da China ou as saraças da India. Eram de aspecto horribile e davam áquelle ajuntamento um ar funebre, mysterioso e triste. O tecto da igreja é de madeira e tres ordens de columnas de pedra irreprehensivelmente lavadas a cal sustentam arcos que formam tres naves. Tudo tem ornatos mas do genero architectonico recócó e desenxabido do seculo passado. Dois quadros e algumas estatuas sem valor artistico compunham o peculio artistico do templo. A entrada era por um vestibulo sem portas nem para-vento para a igreja e onde se não permittia estar de chapéu na cabeça mas onde se consentia que se fumasse e conversasse em voz alta."
in "No oriente" - Vol. 2, Adolpho Loureiro. 1897
* as cores da monarquia portuguesa.
Nota: O testemunho de Adolfo Loureiro refere-se à estadia no território em 1883.
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