"Manner of carrying Persons of Rank in China"/ "Forma de transportar pessoas importantes na China" é a legenda desta ilustração.
Em baixo à esquerda está escrito "Alexander del." - o nome do autor do desenho - e à direita "Engraved by Lydikker" - o nome do gravador da ilustração.
O desenho original é da autoria de George Alexander Cooke (1781 - 1834). A gravura faz parte do livro "A Modern and authentic system of universal geography, containing an accurate and entertaining description of Europe, Asia, Africa, and America being a complete and universal history and description of the whole world, as divided into empires, kingdoms, states, republics".
O livro relata grandes viagens pelo mundo ocorridas até então - Cook, Furneaux, etc.. - e foi publicado em dois volumes em Londres no ano de 1802. E inclui uma descrição da "cave of Camoens" na pág. 398 - num capítulo intitulado Empire of China onde aborda o tema Macau - embora na ilustração não se faça essa referência/identificação.
Poucos anos antes, 1794, já tinha regressado a Inglaterra a primeira missão diplomática inglesa à China, liderada por Lord Macartney e que passou por Macau. Um dos ilustradores oficiais da embaixada foi William Alexander. Entre os muitos desenhos que fez em Macau conta-se precisamente um onde se pode ver a Gruta de Camões na perspectiva apresentada neste livro de 1802 e já antes num dos relatos oficiais da embaixada - livro publicado em 1797 da autoria de George Staunton.
São notórias as semelhanças entre as duas ilustrações. A inclusão dos elementos humanos e da cadeirinha de seda resulta de um trabalho de composição. Repare-se que até o banco onde se pode ver alguém a ler ou a desenhar - do lado direito - está replicado. É muito provavelmente um desenho onde W. Alexander desenhou-se a si próprio. Fez vários...
Arrisco portanto a afirmar que pela primeira vez esta ilustração de George Cook feita há mais de 200 anos é devidamente identificada.
Curiosidade: o pequeno pavilhão chinês no topo do rochedo da Gruta de Camões foi demolido em 1885 quando o Governo de Macau adquiriu a propriedade e depois a transformou em jardim público, o Jardim de Camões, que ainda hoje existe.
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