Produzidas no século 16 existem actualmente pelos menos 7 exemplares das denominadas "Garrafas (ou cantil) de Jorge Álvares".
Jorge Alvares foi comandante de navio, comerciante e amigo do missionário católico Francisco Xavier (1506-1562). Participou na primeira viagem portuguesa à China em 1513, posteriormente esteve em Malaca, revisitou a China em 1518 e ali morreu em 1552. Ou seja, estas garrafas são os exemplares que restam da encomenda que o próprio fez pouco antes da sua morte.
Exemplar do Museu do Caramulo |
Os exemplares referidos estão nos seguintes locais:
Museu do Centro Científico e Cultural de Macau (Lisboa) - pertenceu antes à Fund. Jorge Álvares que ofereceu ao CCCM, Vitoria and Albert Museum (Londres), Walters Art Museum (Baltimore - EUA), Fundação Carmona e Costa, Museu Guimet de Arte Asiática (Paris), Museu do Palácio Chehel Sutum (Isfahan-Irão) e Museu do Caramulo.
Exemplar do Museu do CCCM |
Têm em comum a inscrição "Jorge Álvares mandou fazer isto no ano de 1552" - ainda que os diferentes artesãos cometeram erros nas palavras - embora os motivos das decorações sejam diferentes. São decoradas em tons de azul cobalto sob o vidrado.
Exemplar do museu de Londres |
Curiosidades:
- A inscrição do nome do autor da encomenda está feita de cabeça para baixo.
- Num exemplar no fundo da garrafa surge a inscrição chinesa 'Da Ming nian zao', ou seja, "feita na Grande Dinastia Ming.
- Noutro exemplar estão os caracteres chineses equivalentes a "wan fu you tong" traduzido aproximadamente como "que a felicidade infinita chegue a este lugar".
- Em vários exemplares o gargalo da garrafa é feito de metal, um recurso típico do médico oriente.
- O exemplar que está no museu de Londres foi comprado em Istambul em 1892.
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