Depoimento de Reinaldo Amarante
Meu Pai (padrasto) - André Garcia da Silva - chegou a Macau como alferes do exército em 1950 no serviço militar obrigatório e regressou à então Metrópole em 1959 para frequentar o Curso para Oficiais do Quadro Permanente, como tenente. As fotografias são de paradas que participou.
Desconheço os motivos da mobilização para Macau. Por certo foi a partir de Lisboa que a viagem começou. Era no Depósito de Tropas do Ultramar que se aguardava a viagem que muito provavelmente ocorreu no navio "Timor" ou no "Índia" (construídos em 1951) ou então no aviso "João de Lisboa" ou "Pedro Nunes" que no início de 1950 tinha partido de viagem para Macau.
A partida dava-se no chamado Cais dos Soldados em S. Apolónia tendo como rota o Mar mediterrâneo, Canal do Suez, Srilanka, Índia, Ceilão, Singapura, Hong Kong e finalmente Macau. As comissões de serviço podiam ser de dois ou 4 anos.
1949: subida ao poder dos comunistas na China; entre 1949 e 1950 o governo português envia para Macau cerca de 6 000 militares para reforçar a guarnição militar.
13 Novembro 1950: inauguração da gruta com a estátua de N. Sra. de Fátima no Aquartelamento de Mong-Ha.
6 Janeiro 1951: baptizado de algumas praças indígenas de Angola e da Guiné em serviço na guarnição militar e Macau.
16 Maio 1951: torneio de futebol em miniatura (bolinha), organizado pela Secção Desportiva do Quartel General da Guarnição Militar; venceu a equipa do Aquartelamento de Mong-Ha.
28 Junho de 1951: 1.º Batalhão de Caçadores de Moçambique desembarca em Macau
Julho 1951: a Bataria Independente de Artilharia Anti-Aérea (BIAAA) de 7,5 cm muda a sede para o Aquartelamento das Barracas Metálicas de Mong Há.
22 Setembro 1951: a bordo do paquete “Índia” da Companhia Nacional de Navegação chega Macau um contingente composto de 527 homens, sob o comando do Tenente-coronel Acácio Vidigal das Neves e Castro.
22 Setembro 1951: remodelação dos nomes das companhias estacionadas em Macau terminando a designação de "Expedicionário".
Setembro 1953: os batalhões de Moçambique que vieram substituir os de Angola saem de Macau no navio "Niassa".
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