Uma notícia de 1880 do "Trübner's American and Oriental Literary Record" dá conta dos eventos relacionados com o terceiro centenário da morte de Luís de Camões em Junho de 1880. Nesse ano fez-se a trasladação das ossadas de Vasco da Gama e do poeta Luís de Camões para o Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa). Informa-se ainda sobre a ideia de comprar a Gruta de Camões em Macau que ficaria sob gestão do Leal Senado. Esta ideia viria a concretizar-se em 1885 quando o governador Thomaz Rosa comprou por 35.000 patacas a Lourenço Marques a propriedade onde estava a gruta e um imóvel, a chamada Casa Garden. Pouco depois o espaço seria transformado em jardim público.
Em baixo uma poema alusivo à Gruta de Camões incluído no livro "Primeiros versos" de Luiz de Sequeira Oliva, 1862.
Esta gruta cavada aqui no monte
Gruta foi predilecta de Camões
Foi aqui que elle erguendo altivo a fronte
Sósinho medulou nobres canções
D'aqui voltando ao ninho seu paterno
A quem votára os sons da sua lyra
Em vez d'acolhimento doce e terno
Achou só o abandono que prevíra!
Por fingidos amigos desprezado
Do sempre adverso fado perseguido
Morreu n'um hospital desamparado
Morreu de fome e sede resequido
Patria ingrata por modo desusądo
Trataste o teu cantor como inimigo
Porém de ti zombando a mão do fado
Em Alcacer Kebir deu-te o castigo
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