(...) O commercio com a China começado em 1517 e interrompido logo depois adquirira com a posse de Macau em 1533 grande desenvolvimento. A derrota directa era de Goa a Malaca e de Malaca ao celeste imperio. As remessas consistiam em prata cunhada larins da Persia em moedas da Europa e em algumas mercadorias das fabricas de Inglaterra e de Flandres tecidos de lã sobretudo pannos escarlates vidros crystaes relogios e vinhos portuguezes aos quaes se juntavam os productos da India.
Os navios partiam de Goa em principios de outubro, iam a Cochim buscar pedras preciosas e especiarias, seguiam depois para Malaca, aonde recebiam os artigos das ilhas de Sonda em troca dos da India e da Europa e em especial as télas de algodão. De Malaca a viagem continuava sem interrupção até Macau aonde as embarcações se demoravam muito tempo.
À volta tornavam a fundear no porto de Malaca e realisavam as primeiras transacções. Da China traziam as naus oiro em pasta e em pó, obras finas de madeira e de marfim, charões, sedas, porcelanas, artefactos de tartaruga e de noz de coco e de almiscar.
As relações com o Japão estreitaram se desde 1542 enviando-lhe Macau os productos chinas e em particular estofos de seda com as sobras dos tecidos de lã e dos artefactos da Europa não consumidos no mercado e recebendo prata e cobre, metaes permutados logo pelas mercadorias que formavam os retornos especulação que duplicava e triplicava os lucros. (...)
in História de Portugal nos séculos XVII e XVIII, Volume 4. Luiz Augusto Rebello da Silva, 1869
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