quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Carta para a I. M. Customs em 1911

Esta carta com carimbo da Direcção dos Correios de Macau (9.9.1911) é dirigida a F. R. Graça da Cruz que trabalhava na I. M. Customs (Imperial Maritime Customs Service, criado em 1854 e extinto apenas em 1949), os serviços alfandegários chineses, em Swatow (Shantow), um porto da província de Cantão localizado a cerca de 200 kms de Hong Kong.
Swatow era apenas um dos vários postos alfandegários chineses existentes. Embora da responsabilidade das autoridades chinesas, no terreno, este serviço que cobrava taxas aduaneiras sobre as cargas transportadas pelos navios, era chefiado por estrangeiros, sobretudo britânicos. Porquê?
Tudo começa com o Tratado de Nanquim (1842), no final da primeira guerra do ópio, ganha por Inglaterra à China. No final os ingleses 'ganharam' Hong Kong e obrigaram a China a acabar com o monopólio do comércio abrindo um total de cinco cidades ao comércio com o exterior: 
Cantão, Xiamen, Fuzhou, Ningbo e Xangai. Vão chamar-se as cidades portuárias do tratado.
Ao longo dos tempos mais cidades chinesas irão receber este mesmo estatuto.
Voltando à I. M. Customs, o estrangeiro que mais tempo esteve como responsável máximo foi o irlandês Robert Hart, de 1863 a 1911. Nessa qualidade tentou por pelo menos duas vezes fazer com que Macau passasse a ter o mesmo estatuto. As duas tentativas ocorrerem em 1868 e em 1891, mas ambas falharam já que Portugal recusou a oferta financeira. A 26 de Junho de 1891, o ministro português dos Negócios Estrangeiros respondeu que Portugal considerava Macau como "a jóia mais brilhante da coroa".

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