quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Biombo "Macau e Cantão"

A propósito do post de ontem...
Propriedade da Fundação Oriente - pode ser visto no Museu do Oriente em Lisboa - este biombo de seis folhas é de autoria chinesa e datado da segunda metade do século XVIII. Tem pouco mais de dois metros de altura e 3 metros de comprimento.
O biombo de madeira é lacado a negro e vermelho com decoração plana e em relevo com prata e ouro. Num dos lados, sobre fundo lacado vermelho, é representada a cidade de Macau, e no reverso a cidade de Cantão (Guangzhou).
Na representação artística de Macau - nem todos os locais são apresentados no local exacto - destacam-se a Igreja da Madre de Deus (também designada por São Paulo) e a Igreja de São Domingos. É possível também reconhecer a fortaleza de Santiago da Barra, a ermida de Nossa Senhora da Penha, a fortaleza de São Francisco, a fortaleza e ermida da Guia ou o Pagode da Barra. Nesta mesma folha, uma nau ostenta o pavilhão com as armas de Portugal. Na face oposta, está representada a cidade de Cantão podendo ver-se o pagode Lui-rong, também designado por Flowery Pagoda, o antigo minarete da mesquita Mehammedan (torre com o topo arredondado) e o arco triunfal.
Estamos perante um objecto raro, quiçá único... 
Um biombo decorado em duas faces e com a mesma temática. Tal singularidade pode apontar a sua origem para uma encomenda de um particular.
A partir do século XVI, a expansão comercial portuguesa na Ásia fez com que chegassem cada vez mais à Europa produtos orientais. A curiosidade pelo “desconhecido” e o fascínio pelas suas manifestações artísticas estimularam a procura de produtos chineses e japoneses, sobretudo. Muitos desses biombos orientais eram exportadas a partir de Macau para Portugal (através da Índia), para as Filipinas e para a América.

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