Praya Central, Praya West, Soares Avenue, Rozario Street, são alguns dos topónimos de Hong Kong com origem portuguesa. E tudo começou em Macau...
Em 1842 Hong Kong tornou-se formalmente território britânico, fruto da derrota chinesa na guerra do ópio. Para muitos macaenses residentes numa Macau de meados do século 19, atingida por uma forte crise económica fruto das melhores condições do porto de Victoria, o surgimento da colónia britânica significou a oportunidade para uma nova vida: emprego, melhores carreiras, oportunidades de negócio...
Até 1872 mais de 1300 macaenses saíram de Macau rumo a Hong Kong e muitos viriam a ter um papel de relevo no estabelecimento de Hong Kong (incluindo na estrutura da administração pública), território que o estadista britânico e mais tarde primeiro-ministro por duas vezes, Henry John Temple - Lord Palmerston (1784-1865), classificou no parlamento londrino como uma "rocha estéril", transformando-o numa pujante e vibrante cidade portuária multicultural.
É de tudo isto que Catherine S. Chan fala no livro editado em 2021 pela Amsterdam University Press: "The Macanese Diaspora in British Hong Kong: A Century of Transimperial Drifting" / "A diáspora macaense na Hong Kong britânica: um século de deriva transimperial"
Editor sinopsis
Diaspora transformed the urban terrain of colonial societies, creating polyglot worlds out of neighborhoods, workplaces, recreational clubs, and public spheres. It was within these spaces that communities reimagined and reshaped their public identities vis-à-vis emerging government policies and perceptions from other communities. Through a century of Macanese activities in British Hong Kong, The Macanese Diaspora in British Hong Kong: A Century of Transimperial Drifting explores how mixed-race diasporic communities survived within unequal, racialized, and biased systems beyond the colonizer-colonized dichotomy. Originating from Portuguese Macau yet living outside the control of the empire, the Macanese freely associated with more than one identity and pledged allegiance to multiple communal, political, and civic affiliations.
Sinopse do editor
A diáspora transformou o terreno urbano das sociedades coloniais, criando mundos poliglotas de bairros, locais de trabalho, clubes recreativos e esferas públicas. Foi dentro desses espaços que as comunidades reinventaram e remodelaram suas identidades públicas vis-à-vis políticas governamentais emergentes e percepções de outras comunidades. Através de um século de atividades macaenses na Hong Kong britânica, The Macanese Diaspora in British Hong Kong: A Century of Transimperial Drifting explora como as comunidades da diáspora mestiça sobreviveram dentro de sistemas desiguais, racializados e tendenciosos além da dicotomia colonizador-colonizado. Originários do Macau português, mas vivendo fora do domínio do império, os macaenses associavam-se livremente a mais de uma identidade e juravam fidelidade a múltiplas afiliações comunais, políticas e cívicas.
Fundado em 1866 o Club Lusitano ainda existe |
About the Auhor
Catherine S. Chan acquired her PhD in History at the University of Bristol. She is currently an Assistant Professor of History at the University of Macau where she works on the social and urban histories of Macau and Hong Kong, as well as the Macanese diaspora. She has also done research on heritage issues in East and Southeast Asia. Her recent project concerns greyhound racing, the city and animal welfare in twentieth-century Macau.
Sobre o Autor
Catherine S. Chan é doutorada em pela Universidade de Bristol. Actualmente é Professora Auxiliar de História na Universidade de Macau onde trabalha as histórias sociais e urbanas de Macau e Hong Kong, bem como a diáspora macaense. Ela também fez pesquisas sobre questões patrimoniais no leste e sudeste da Ásia. O seu projecto mais recente diz respeito às corridas de galgos, à cidade e ao bem-estar animal na Macau do século XX.
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