Em 1938 dois terços das receitas do Governo de Macau eram provenientes dos impostos sobre o jogo (fantan e lotarias) e da taxação do comércio do ópio
Num relatório internacional da época pode ler-se:
"On April 3, 1938, a shipment of 1,100 chests of Iranian opium was landed at Hak Sha Wan near Macao from an armed Japanese vessel."
"A 3 de Abril de 1938, um carregamento de 1.100 baús de ópio iraniano foi desembarcado na praia de Hac Sa, perto de Macau, de um navio japonês armado."
Ao todo o carregamento era superior a 2 mil cestos. O local da descarga referido é a Praia de Hác Sa sendo a carga depois enviada para o BNU. Ou seja, com o consentimento do governo. Pedro Lobo era o responsável pelo comércio em nome das autoridades locais.
Notícia do The New York Times a 3.6.1939
"Japan is accused of Big Opium Sale. 300,000,000 Chinese Dollars Is Said to Be Sought Yearly in Invaded Territory".
"O Japão é acusado de grande venda de ópio. Diz-se que 300 milhões de dólares chineses são transacionados anualmente no território invadido".
A referência ao "território invadido" era Macau. Embora oficialmente nunca o tenha sido, na verdade os japoneses tiveram entre 1937 (desde a invasão da China) e 1945, uma influência decisiva na forma como o território era governado.
"Geneva Body Is Informed That Smuggling Here Results From Macao Shipments
GENEVA, June 2.--Victor Hoo Chi-tsai, Chinese representative on the League of Nations Advisory Committee on Opium and Other Dangerous Drugs, cited at its meeting today a Japanese statement showing that Japan expects to obtain (...)"
O assunto seria debatido na Liga das Nações (Suíça) e notícia em todo o mundo. A notícia acima é de Julho de 1938 publicada num jornal da Nova Zelândia. Era sobre o "alegado" desaparecimento de 33 toneladas de ópio de Macau no valor de 600 mil libras.
"Macau 1937-45 - Os Anos da Guerra é um estudo sério, abrangente e metodicamente organizado sobre um do períodos mais conturbados de todo o percurso histórico de Macau. O livro é um importante contributo para um melhor conhecimento da forma como aqueles anos duríssimos foram vividos pela população de Macau, bem como das políticas públicas então prosseguidas neste derradeiro reduto de paz, permanentemente ameaçado pela sangrenta presença nipónica em seu redor, provocando tremendas convulsões em vastas áreas do Extremo Oriente."
Texto do site do IIM
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