No dia em que se assinalam 97 anos sobre a morte de Camilo Pessanha (1827-1926), recordo o seu amigo João Pereira Vasco, que também fez parte do primeiro corpo docente do Liceu de Macau inaugurado em 1894 juntamente com nomes como Horácio Poiares, Mateus de Lima, Wenceslau de Moraes.
Pereira Vasco, chegou a partilhar casa com Pessanha, era professor de Geografia e História, a 7ª cadeira do curso do Liceu. Desembarcou em Macau a 12 de Maio de 1894, tendo com ele viajado, de regresso da metrópole, João Nolasco da Silva, filho de Pedro Nolasco da Silva e Carlos Cabral, filho de João Albino Ribeiro Cabral.
Pereira Vasco e Camilo Pessanha em duas fotos tiradas por Man Fook ca. 1899
Em 1895 João Pereira Vasco é exonerado do cargo de professor do Liceu. Em 1900, na véspera de partir para Portugal, Pessanha dedica-lhe o poema "A Boémia não Morreu". Na obra Paisagens da China e do Japão Wenceslau de Moraes escreve: "Nos baldões da vida boémia, na confusa sucessão dos dias e das cenas, acontece que os factos, as coisas, os indivíduos, invocados pela pobre memória exausta, vão perdendo pouco a pouco as suas qualidades intensivas, as suas cores, os seus contornos, a sua feição própria, emancipando-se do real, como uma página de aguarela desmerece, solta e perdida no espaço e voando com as brisas; diluindo-se por fim n’uma emoção genérica, vaga, indefinível, – a saudade. – A essas duas grandes saudades, Camilo Pessanha e João Vasco, dedico hoje este livro."
Pereira Vasco colaborou ainda nos jornais "Único", "O Lusitano" e "Eco Macaense".
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