Não se conhece o autor da "Planta" de Macau inserida na "Asia Portugueza" de Manuel de Faria y Souza (1590-1649)*, português cavaleiro da Ordem de Cristo e da Casa Real. A obra, escrita em castelhano (Portugal estava sob domínio espanhol e as duas coroas ibéricas unidas), foi impressa em Lisboa no final do século 17 (1666, 1674 e 1675). Tem 3 tomos (volumes). A "planta" de Macau - desdobrável - está no 3º, publicado em 1675.
Sobre a população de Macau escreve-se que "Não é grande em número, como em qualidade, (...); terá até mil portugueses; povo lusida, tão poderoso em riquezas, e dos melhores da Índia."
Excerto** do tomo 3, Parte 3 capítulo 20:
"Escombrado el sitio con las armas en una mano y có los açado nes en otra, abrian las çanjas, a nueva Població q vino a tener el nombre de Macao, tan notorio entre todas las gentes aviendo dexado entre ellas èl del Nombre de Dios, q fue el q le dieron sus Fundadores
Esta fue la causa de q los Olandeses se empenasse siempre mucho en ganar esta Plaça,. (...) No es grande en numero, como en caliuad esta Poblacion. Tendrà asta mil Portugueses; gente luzida; como poderosa en riqueza, y de la mejor dela India (...)."
"Tendo desocupado o local com armas numa das mãos, e com azáleas na outra, abriram as valas, a uma nova população que veio a ter o nome de Macau, tão notório entre todos os povos, tendo deixado entre eles o Nome de Deus, que foi o que seus Fundadores lhe deram; (...); Esta foi a causa dos holandeses sempre se esforçarem para conquistar esta Praça,.(...) Não é grande em número, como em qualidade desta Vila. Terá até mil portugueses; gente brilhante; tão poderosa em riqueza, e o melhor da Índia (...)."
A "Planta" tem muitas semelhanças com esta, de meados do século 17.
Já no final do século 19 foi 'copiado' e acrescentadas legendas ao mapa publicado numa edição do "Ta-ssi-yang-kuo: archivos e annaes do extremo-oriente portuguez"
(imagem abaixo)
Com o Porto Interior em primeiro plano, são representadas sobretudo as fortificações militares (Fortalezas do Monte, Guia, S. Francisco e São Tiago da Barro, por exemplo), as muralhas da chamada 'cidade cristã', não obstante incluir também uma representação dos edifícios com uso civil e religioso - dois cruzeiros e várias igrejas - já construídos na cidade.
** o mesmo excerto encontra-se no livro acima referido.
Sem comentários:
Enviar um comentário