No segundo ano da publicação da revista "Ilustração" (Janeiro de 1927), a edição nº 25, a "publicação quinzenal" dá a conhecer numa página várias fotografias da "Primeira Exposição Industrial e Feira de Macau" ocorrida entre 7 de Novembro e 12 de Dezembro de 1926. O título da página é "Macau, Pérola do Oriente".
No dia 7 de Novembro de 1926, é inaugurada, como forte sinal de vitalidade, a Exposição Industrial e Feira de Macau, ideia do Governador Rodrigo Rodrigues, só exequível no Governo interino do Almirante Hugo de Lacerda.
O local da Feira foi o então espaço livre (8 hectares de várzeas), na continuação da Av. Cons. Ferreira de Almeida a caminho de Mong-Há, logo depois de cruzar a Av. Horta e Costa, onde havia uma pequena lagoa (mesmo em frente à entrada do Kun Iam Tong), que emprestou beleza ao recinto, sobretudo com as iluminações nocturnas e com engalanados barcos de onde os estudantes do Liceu ofereceram uma serenata.
O importante e concorrido certame acompanha o desenvolvimento industrial da I República (1910-1926) em Portugal. A atestá-lo mencionam-se, entre outros ramos, a pesca e a conserva de peixe, tradicional e em lata, os curtumes e calçado, os fósforos e panchões, papel e tabaco, actividade têxtil (seda, algodão), etc.
Num dos 60 pavilhões, o pavilhão Portugal-Oriente, salientam-se produtos vinícolas, barracas de tiro ao alvo, roleta com prémios, loto, animatographo, etc...
A Feira durou mais de um mês (fechou a 12 de Dezembro) e apenas como referência estatística, em 3 dias, só no Parque de Diversões, foram registados 15.000 visitantes. Estes, no total, foram 289.537, supondo-se que cerca de 50.000 fossem forasteiros. É a primeira Exposição Industrial e Feira de Macau; de algum modo pode considerar-se um ensaio para a Exposição Portuguesa em Sevilha, em 1929. Foi feito um opúsculo publicado em português e inglês, em Macau, pela Tip. Mercantil, em 1927.
In Cronologia da História de Macau, de Beatriz Basto da Silva.
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