Decorado a azul cobalto sob o vidrado, este pote encomendado para o Colégio de S. Paulo, em Macau, apresenta sobre os painéis de lótus que circundam a base seis medalhões polilobados, dois dos quais com heráldica religiosa dos jesuítas: dois anjos tenentes, um de cada lado, seguram escudo oval com bordadura constituída por estilização de sol, encerrando no interior o monograma dos jesuítas, «IHS», encimado por cruz; na parte superior e inferior do escudo um querubim. Os outros ostentam respectivamente um «S» e um «P» as iniciais do colégio. Grandes ramos floridos de inspiração europeia com flores e folhas dispostas simetricamente, característicos do período de transição, separam entre si os medalhões. No ombro, sobre fundos de suásticas e motivos geométricos, quatro reservas brancas decoradas com uma lebre sobreposta a um motivo floral estilizado.
China, período de Transição, 1625-1650
Alt.: 329 mm; Larg.: 310 mm; Diâm. base: 160 mm
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O aspecto solene da peça reflecte a força da Igreja em Macau e especialmente a dos jesuítas. (...) Para o seu Colégio de São Paulo, em Macau, a primeira universidade católica no Extremo Oriente, os padres da Companhia encomendaram no segundo quartel do século XVII três potes profusamente decorados a azul cobalto sob o vidrado que ostentam no registo central seis medalhões polilobados com heráldica religiosa da Companhia de Jesus e as iniciais «S» e «P», separados entre si por ramos florais de inspiração europeia.
Estes exemplares, propriedade da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves (Lisboa), British Museum (Londres) e de uma colecção particular, fazem parte das inúmeras peças destinadas ao culto e vida quotidiana do colégio.
À semelhança dos jesuítas, outras ordens religiosas nomeadamente os agostinhos e os franciscanos, encomendaram na China os seus objectos de culto e de uso diário.
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