Jacques-François Vandermonde, natural de Landrecies, na Flandres francesa, formou-se como médico na Faculdade de Medicina de Reims. Em 1720 partiu para o Extremo Oriente ao serviço da Companhia Francesa das Índias Orientais. Serviu primeiro na ilha Poulo Condor (actual Vietname), depois em Cantão e finalmente em Macau onde trabalhou como médico a partir de 1723 onde era conhecido como Jacob Francisco Van der Monde. Foi no território que nasceu o filho Charles-Augustin Vandermonde, em 1727.
Após a morte da mãe, Doria Espérance Cacilla (segundo alguns documentos) - na verdade a macaense Esperança Cecília - (casaram me Macau), Charles-Augustin e o pai regressaram a França (Paris) em 1732, onde o pai morreu em 1746. Charles-Augustin Vandermonde também se formou em medicina na Faculdade de Medicina de Paris em 1750.
Em 1756 publicou o Essai sur la manière de perfectner l'espèce humaine, no qual argumentava que os humanos podem ser melhorados aplicando-lhes os princípios da criação de animais. Editou ainda um dos primeiros jornais dedicados à medicina, o Recueil périodique d'observations de médecine, chirurgie, pharmacie (mais tarde Journal de médecine, chirurgie, pharmacie). Em 1759 publicou anonimamente um popular dicionário médico, o Dictionnaire portatif de santé. Morreu em 1762 aos 34 anos.
Charles Boxer descobriu um documento em 1973 sobre os Vandermonde, nomeadamente sobre o pai que foi "Físico e Cirurgião do partido desta cidade" desde Março de 1723.
Segundo Boxer, no artigo A Sino-French Medical Manuscript of 1730, o pai Vandermonde foi médico em Macau durante seis anos e receia uma salário anual de 500 patacas. Chegou a receber nacionalidade portuguesa.
Sugestão de leitura: "Os Médicos em Macau", do padre Manuel Teixeira, editado em 1967.
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