quarta-feira, 9 de novembro de 2022

"It is superlatively beautiful"... "The Praya, the esplanade of Macao"

"(...) And now for the Praya, the esplanade of Macao. About this there can be no two opinions. It is superlatively beautiful. It stretches from the Cercal Palace to the fort in the angle between the two bays, in a pure crescent and the whole way round has an avenue of magnificent banyans, the finest shade trees in the world broad spreading leafy their leaves of the richest dark green and their roots fantastic beyond belief.
Here are no disfiguring wharves or warehouses, no obstructions of merchandise or trucks, no clamour for coolies for the simple reason that the water is too shallow for anything, except native craft of small draught which just add the last finishing touch of picturesqueness.
Behind the banyan trees runs a broad smooth road and behind that again a crescent of old fashioned roomy houses with arcades and lattices and balcony gardens for all the world like their prototypes in the south of Europe washed pink and yellow, and blue, and green, and white to show up the sun to best advantage.
At the end near the Cercal, is a beautiful garden reminding one of the surroundings of San Lorenzo at Rome and immediately beyond it an old fort with a couple of small Armstrongs and the remainder of its guns small muzzleloading smoothbores that might have been brought there in the same caravel which brought Camoëns. (...) There is a fort at each end of the Praya and a fort or church on every one of the queer little rocky hills which rise up from the plain like so many Acropolises of Athens. (...)"
Excerto do livro The Japs at Home, edição de 1895. O autor Douglas Sladen (1856-1947) esteve em Macau durante alguns dias ca. 1890. O esboço acima é uma vista parcial da baía da Praia Grande, desde o fortim de S. Pedro sobre a colina da Penha. É da autoria de G. Chinnery e remonta à primeira metade do século 19.

Tradução
"(...) E agora para a Praia (Grande), a esplanada de Macau. Sobre isso não pode haver duas opiniões. É superlativamente bonita. Estende-se desde o Palácio do Cercal* até ao forte no ângulo entre as duas baías, num puro crescente e toda a volta tem uma avenida de magníficas figueiras asiáticas, as melhores árvores de sombra do mundo, largas espalhando as folhas frondosas do mais rico verde escuro e com raízes inacreditavelmente fantásticas.
Aqui não há cais ou armazéns desfigurados, nenhuma obstrução de mercadorias ou camiões, nenhum clamor por cules, pela simples razão de que a água é muito rasa para qualquer coisa, exceto embarcações nativas de pequeno calado que apenas adicionam um último toque de pitoresco.
Atrás das figueiras corre uma estrada larga e lisa e atrás dela novamente um crescente de casas antigas e espaçosas, com arcadas e jardins nas varandas, tal como os protótipos no sul da Europa, pintadas de rosa e amarelo, azul e verde, e branco para mostrar melhor o sol.
No final, perto do Cercal, encontra-se um belo jardim que lembra os arredores de São Lourenço em Roma, e imediatamente a seguir, um antigo forte com um par de pequenos Armstrongs (canhões) e outras armas que podem ter sido levadas para lá na mesma caravela que trouxe Camões. (...) Há um forte em cada extremidade da Praia (Grande) e um forte ou igreja em cada uma das estranhas pequenas colinas rochosas que se erguem da planície, como tantas Acrópoles de Atenas. (...)"
* nesta altura o palácio já pertencia ao Governo de Macau; foi comprado em 1884 à viúva do Barão do Cercal.

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