Este "avizo"/anúncio foi publicado na edição de 6 de Fevereiro de 1841 (sábado) do jornal O Commercial, de Miranda Lima.
"De Ordem do Ilustríssimo Leal Seando se faz publico a todas as pessoas que estejão em circumstancias de servir o lugar de Patrão do escaler de Alfandega estacionado na Praia Grande, que requeirão ao mesmo Leal Senado para ser deferido convenientemente. Macao, Secretário do Leal senado 1º de Fevereiro de 1841." (...)
Os escaleres eram pequenas embarcações a remos e/ou a vela que serviam para vários fins, nomeadamente para o transbordo de embarcações de grande calado (estas também tinham escaleres próprios) que ficavam ancoradas em locais fundos mais afastados da costa e também para acções de fiscalização ou pequenas viagens a curta distância de terra. No caso o escaler estava ao serviço da alfândega (Hopu)* da Praia Grande sob gestão do Leal Senado. Existiam ainda escaleres ao serviço de outras repartições públicas como a Capitania do Porto de Macau.
Ilustração da Praia Grande - de Thomas Allom - na época referida no anúncio vendo-se em 1º plano a bandeira da alfândega. Na colina do lado esquerdo está a Ermida da Penha. Entre as embarcações junto ao areal estão sampanas, tancares e escaleres. * A 5 de Março de 1849 o governador Ferreira do Amaral proibiu o hopus de Macau de "cobrarem quaisquer direitos às mercadorias exportadas de Macau para os portos da China, pedindo ao Vice-Rei de Cantão que mandasse retirar os funcionários chineses que exerciam os seus cargos em Macau, dentro do prazo de oito dias." Na prática ficava abolida a alfândega chinesa (hopu). Existia uma, a mais antigo e mais importante, no Largo de Ponte e Horta, denominado da Praia Pequena, e o chamado hopu pequeno, o da Praia Grande (referido neste post) que era de menor importância, pois a esmagadora maioria do comércio fazia-se pelo Porto Interior. |
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