A 15 de Julho de 2005, em Durban, a candidatura de Macau foi reconhecida por unanimidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Centro Histórico de Macau foi classificado como Património Mundial da Humanidade.
Na justificação pode ler-se: "(...) a mais antiga, completa e rica herança europeia que permanece actualmente intacta no território chinês, consequência de um fluxo cultural e de assimilação Sino-Ocidental num período de cerca de 400 anos (...). Estes monumentos também são testemunhas da longa história das missões cristãs no Extremo Oriente e, o mais importante, elas são o símbolo da pacífica e harmoniosa coexistência social e do pluralismo e diversidade cultural”.
O referido centro histórico de Macau corresponde de uma forma geral ao núcleo da antiga cidade cristã designada por “Cidade do Nome de Deus de Macau”. Ou seja, na cidade intramuros que era dividida praticamente a meio pela Rua Central, uma via paralela aos dois portos, o interior e o exterior, e que fazia a ligação entre as igrejas de S. Lourenço e da Sé.
Antes da abertura da Av. de Almeida Ribeiro/San Ma Lou em 1918, a Rua Central era o centro da vida social e comercial da cidade Cristã. Dá acesso à igreja s. Lourenço, Seminário S. José, ao teatro D. Pedro V, igreja Santo Agostinho, etc...
Em chinês denomina-se Rua Direita do Cume do Dragão. O topónimo remonta pelo menos ao século 19. Actualmente vai da zona da igreja de S. Lourenço até à Av. de Almeida Ribeiro.
Em 1994 João Guedes publicou um artigo na Revista Macau onde pode ler-se:
"(...) esta artéria era nos inícios do século o pólo da vida macaense. Ali faziam negócio as principais casas comerciais, com destaque para os armazens indianos. Ali se situavam, os locais da moda e se erguiam também as moradias da mais fina sociedade do princípio do século. Mas, para os chineses, a azáfama comercial pouco contava, já que a via correspondia à Rua Direita do Cume do Dragão, quintissência da importância de qualquer cidade. É que, para além de ser tortuosa como todas as chamadas ruas direitas de Portugal, a via acompanhava nas suas curvas suaves as circunvoluções lombares do dragão. Se todas as cidades portuguesas (ou pelo menos, quase todas) possuem uma rua direita, não se sabe porque capricho, em Macau foi dado chamar-se em português rua Central à via que mais se assemelhava às tais. Neste caso, os chineses souberam com inteligência chamar pelo nome certo a rua principal de Macau".
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