“O templo de T’in Hau na Barra é um encanto”. (...) “Pitoresco, belo, é o sítio. Árvores seculares o ensombram; veredas o sulcam como que traçadas a gosto de dragão; graníticos rochedos ostentam, gravados, pensamentos de poetas e rasgos de caligráfico génio”. (...) O templo ao fundo do pitoresco recanto, com os anexos de habitação a dizer com a humildade bhúdica, é a ideal residência de todo aquele que às divinas deseje associar as naturais belezas". (...)
“A fachada é abundantemente ornamentada e magnificiente o telhado que a cobre. Ao centro rasga-a uma enorme janela circular, de uma só peça de granito. Por toda a parte, no exterior como no interior, figuras representando cenas da vida chinesa, animais fabulosos, máximas budistas decoram o edifício, casando-se todos os detalhes, harmoniosamente, uns com outros.” (...) é um encanto. (...)
“É a residência ideal de todo aquele que aspire a viver com a natureza, com a poesia, com os deuses – horas a contemplar o mar, as águas correntes do rio e da ribeira fronteiriça; horas a ler os rochedos inspirados, a escutar as árvores musicais, a percorrer as veredas de dragão; horas a extasiar-se com os budas e a elevar-se com eles às regiões infinitas da paz; horas a roncar nas profundezas do não-ser… e, em vindo a morte, voar nos braços de Kun Yam para o Paraíso d”Oeste e florir no nosso lótus, na glória de Ó Mi Tó”.
“É a residência ideal de todo aquele que aspire a viver com a natureza, com a poesia, com os deuses – horas a contemplar o mar, as águas correntes do rio e da ribeira fronteiriça; horas a ler os rochedos inspirados, a escutar as árvores musicais, a percorrer as veredas de dragão; horas a extasiar-se com os budas e a elevar-se com eles às regiões infinitas da paz; horas a roncar nas profundezas do não-ser… e, em vindo a morte, voar nos braços de Kun Yam para o Paraíso d”Oeste e florir no nosso lótus, na glória de Ó Mi Tó”.
Excerto de artigo da autoria de Manuel da Silva Mendes (1867-1931) - viveu em Macau entre 1901 e 1931 - publicado na edição de 11.6.1929 do "Jornal de Macau". MSM explica ainda que embora muitas vezes surgissem referências ao termo "pagode" (t'ap/chin-ti) no caso tratava-se de um "templo" (miu). Aiás, o da Barra é conhecido por Ma Kok Miu (ou templo de A-Ma, explicação para a origem do nome Macau), construídos pelos pescadores primeiros habitantes do território em honra da deusa Tin-Hau, rainha do Céu e protectora dos pescadores e marinheiros, também conhecida por Matsu. É adorada por centenas de milhões de devotos em todo o mundo, principalmente no sudeste da China, Hong Kong e Taiwan. Em Macau vários existem vários templos e pagodes em sua homenagem.
A primeira imagem é de ca. 1900 com uma perspectiva do templo a partir de um terreiro em frente usado pelos pescadores para secar as redes (e o peixe). A segunda imagem é um detalhe de uma nota de 5 patacas emitida em 1981. Por fim, a 3ª imagem é uma ilustração de meados do século XIX.
A primeira imagem é de ca. 1900 com uma perspectiva do templo a partir de um terreiro em frente usado pelos pescadores para secar as redes (e o peixe). A segunda imagem é um detalhe de uma nota de 5 patacas emitida em 1981. Por fim, a 3ª imagem é uma ilustração de meados do século XIX.
Que bonito! quando vi as primeiras fotos, pensei em Sintra :)
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