Journey to the East: The Jesuit Mission to China, 1579-1724, da autoria de Liam Brockey, foi primeiro editado em 2007 e agora foi traduzido para chinês.
A agência Lusa registou a apresentação em Macau desta nova versão há poucos dias (12 Março) num texto assinado por FV e VM.
O académico Liam Matthew Brockery defendeu hoje em Macau que a "maneira de contar a história" da missão jesuíta na China "beneficiou italianos, franceses e alemães", mas que o encontro entre ocidente e oriente foi sobretudo desenvolvido por missionários portugueses.
A agência Lusa registou a apresentação em Macau desta nova versão há poucos dias (12 Março) num texto assinado por FV e VM.
O académico Liam Matthew Brockery defendeu hoje em Macau que a "maneira de contar a história" da missão jesuíta na China "beneficiou italianos, franceses e alemães", mas que o encontro entre ocidente e oriente foi sobretudo desenvolvido por missionários portugueses.
"Houve uma maneira de contar a história que beneficiava os italianos, os franceses, os alemães, e o que estamos a fazer é voltar às fontes originais. (...) Não vamos negar que aqueles jesuítas também fizeram parte deste encontro entre o oriente e o ocidente, mas a esmagadora maioria dos seus pares eram portugueses missionários. (...) A história mais vasta é assente na presença portuguesa do oriente", disse Liam Matthew Brockery.(...)
O livro, publicado em inglês, em 2007, pela Harvard University Press, "trata da obra dos jesuítas na China (...) e traça uma história que tem o seu ponto de partida e o seu ponto final em Macau", adiantou. Liam Matthew Brockery considera que "é possível" haver uma maior divulgação do papel dos missionários portugueses nas missões jesuítas na China, mas que para isso "é preciso que mais gente se interesse por ler português para confrontar as fontes originais, que são documentos que estão escritos em português".
"É preciso ter domínio da língua portuguesa para (...) ser capaz de ler as fontes originais e não depender de traduções que muitas vezes são mal feitas, porque o português não é muito estudado", sublinhou. A investigação do autor norte-americano começa no final do século XVI e abrange mais de 100 anos de "encontro cultural e religioso (...) estabelecendo os alicerces do que são hoje as relações internacionais com a China, sobretudo das culturas europeias, e com a presença do catolicismo que é vigente na China desde esta altura".Ao contrário de vários investigadores que já abordaram a mesma temática, Liam Matthew Brockery, professor do Departamento de História da Universidade do Estado de Michigan e membro da Academia Portuguesa de História, optou por centrar-se nas fontes portuguesas.
"Os grandes nomes que são associados à missionação da China (são estrangeiros) -- o Matteo Ricci, por exemplo, era italiano --, daí que é como se a presença portuguesa fosse esquecida, embora o Ricci tenha escrito muitas cartas em português, que era a língua franca", salientou. Para escrever "Journey to the East" Liam Matthew Brockery consultou vários registos em português, incluindo "os documentos que eram copiados no século XVIII, nos arquivos dos jesuítas em Macau, e que estão na biblioteca da Ajuda em Lisboa" e outros "em Roma, nos arquivos centrais dos jesuítas".
Assim, em vez de nomes como Matteo Ricci, na obra de Liam Matthew Brockery são figuras centrais portugueses como "João Rodrigues, que foi o grande intérprete dos xoguns (comandantes do exército) japoneses, e que passou o fim da vida em Macau, cidade de que foi embaixador na corte chinesa", afirmou, ao destacar ainda outros missionários como Francisco Furtado, Gabriel de Magalhães e Manuel Mendes.
Sinopse do livro (edição em inglês):
It was one of the great encounters of world history: highly educated European priests confronting Chinese culture for the first time in the modern era. This “journey to the East” is explored by Liam Brockey as he retraces the path of the Jesuit missionaries who sailed from Portugal to China, believing that, with little more than firm conviction and divine assistance, they could convert the Chinese to Christianity. Moving beyond the image of Jesuits as cultural emissaries, his book shows how these priests, in the first concerted European effort to engage with Chinese language and thought, translated Roman Catholicism into the Chinese cultural frame and eventually claimed two hundred thousand converts.
The first narrative history of the Jesuits’ mission from 1579 until the proscription of Christianity in China in 1724, this study is also the first to use extensive documentation of the enterprise found in Lisbon and Rome. The peril of travel in the premodern world, the danger of entering a foreign land alone and unarmed, and the challenge of understanding a radically different culture result in episodes of high drama set against such backdrops as the imperial court of Peking, the villages of Shanxi Province, and the bustling cities of the Yangzi Delta region. Further scenes show how the Jesuits claimed conversions and molded their Christian communities into outposts of Baroque Catholicism in the vastness of China. In the retelling, this story reaches across continents and centuries to reveal the deep political, cultural, scientific, linguistic, and religious complexities of a true early engagement between East and West.
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