Na imagem acima o projecto para a construção de um dique ou doca na praia do Manduco (Porto Interior) datado de 1864. Para se perceber melhor que obra foi esta publico abaixo um "propecto" divulgado na imprensa de Macau na época. Para a concretização propunha-se a criação de uma empresa, a "Companhia da Doca de Macao". Esta zona do Porto Interior tinha na época vários cais privados.
O Bernardo Estevão Carneiro (1826-1873) que aqui se refere é um dos filhos (do primeiro casamento) de Bernardo Estevão Carneiro (1785-1854), que tinha o mesmo nome, algo habitual na época.
Com a morte em 1854 de Bernardo (o pai) - foi procurador do Senado e abastado comerciante - "as Cazas denominadas do Barão sitas na rua da Praia do Manduco"* foram vendidas em hasta púbica por 20 mil patacas, bem como outras propriedades, um negócio que a viúva viria a contestar em 1856 como se pode verificar no anúncio abaixo publicado nesse ano no Boletim do Governo.
Para levar a cabo a construção "do dique ou doca", Bernardo (o filho) chegou a solicitar um empréstimo aos "cofres da fazenda pública" no valor de 8 mil patacas, o que foi aceite com juros de 5%. Em 1866 levaria o caso a tribunal por dois sócios não terem feito a entrega dos respectivo capital.
* Depois de viver muitos anos em Manila B.E.C. (pai) estabeleceu-se em Macau na década de 1820. Para além de comerciante bastante abastado foi durante muitos anos Procurador do Senado. Em 1825 comprou o palácio da Rua da Praia do Manduco que fora de Januário Agostinho de Almeida, o Barão de S. José de Porto Alegre. Um jardim da sua residência foi comprado para ali se implantar o Cemitério Protestante (na zona da Bela Vista / actual Cemitério de Nossa Senhora da Piedade - e não ao Antigo Cemitério Protestante junto ao Jardim Camões).
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