António Maria Bordalo, oficial de marinha português, foi secretário do governador de Macau durante 18 meses, na década de 1850, na sequência do assassinato do Governador Ferreira do Amaral em 1849.
Obras que deixou: “Trinta anos de Peregrinação” (Trinta annos de perigrinação), Macao: Typ. Albion de Jno: Smith 1852 a partir de um manuscrito achado na Gruta de Camões; “Manuscrito Achado na Gruta de Camões”; “Passeio de Sete Mil Léguas” e ainda um romance policial intitulado “Sansão na Vingança!”, cuja história se passa em Macau.
Obras que deixou: “Trinta anos de Peregrinação” (Trinta annos de perigrinação), Macao: Typ. Albion de Jno: Smith 1852 a partir de um manuscrito achado na Gruta de Camões; “Manuscrito Achado na Gruta de Camões”; “Passeio de Sete Mil Léguas” e ainda um romance policial intitulado “Sansão na Vingança!”, cuja história se passa em Macau.
O enredo gira em torno da explosão da Fragata D. Maria II, que ocorreu em Macau em 1850., e onde morreu o irmão de António Maria Bordalo. Na obra fala-se de seitas e de crime...
O investigador e jornalista João Guedes explica:
"Francisco Maria Bordalo ficcionou um drama familiar, depois de o ter investigado exaustivamente. É que o irmão, também oficial de marinha morreu precisamente no desastre da fragata D. Maria II. A explosão de um dos navios mais emblemáticos da marinha portuguesa desses tempos provocou uma consternação nacional. E o mais estranho nesse episódio é que o irmão de Bordalo teria feito chegar a Lisboa uma carta em que dava conta do desastre. No entanto essa carta, misteriosamente, fora expedida antes do desastre ter acontecido. Este facto não consta da novela. Mas consta da história. E até hoje ainda ninguém avançou com uma explicação plausível para esse facto.
"Francisco Maria Bordalo ficcionou um drama familiar, depois de o ter investigado exaustivamente. É que o irmão, também oficial de marinha morreu precisamente no desastre da fragata D. Maria II. A explosão de um dos navios mais emblemáticos da marinha portuguesa desses tempos provocou uma consternação nacional. E o mais estranho nesse episódio é que o irmão de Bordalo teria feito chegar a Lisboa uma carta em que dava conta do desastre. No entanto essa carta, misteriosamente, fora expedida antes do desastre ter acontecido. Este facto não consta da novela. Mas consta da história. E até hoje ainda ninguém avançou com uma explicação plausível para esse facto.
Uma novela de ficção científica, talvez possa especular sobre o que passou. A destruição da fragata D. Maria II foi um desastre nacional. Uma tripulação de duzentos homens obliterada num ápice pela explosão de toneladas de pólvora carregadas no porão. Vários navios ingleses, franceses e americanos, que se encontravam nas imediações do ancoradouro da Taipa sofreram as consequências. Houve mortos, feridos e danos irreparáveis nalguns dos mais modernos navios de várias nações. Quem foi o responsável? Quem foram os responsáveis? Nesta novela Francisco Maria Bordalo não dá uma resposta concreta. Deixa pairar vagamente que foram as seitas. (...)"
"Macau tem duas portas principais abertas no seu fraco muro da cerca. Já te disse onde uma estava situada, próximo à Gruta de Camões; a outra é na parte oposta da cidade, chama-se a Porta do Campo, e é por ela que vulgarmente saem os habitantes que vão espairecer extramuros, com especialidade os cavaleiros e os que vão em carruagem. Sobe ao meu humilde cabriolet, e saiamos também da cidade. Vês uma bonita estrada. À direita o fortezinho de S. João; a horta dos Parses, rica de flores exóticas; e a horta do padre Almeida, que é, depois da gruta, o lugar mais conhecido de Macau; tem no centro uma casa circular com quatro galerias em forma de cruz que dão um aspecto inteiramente original àquele grande pavilhão; na frente três torreões, lago, jardim; e fora dos muros sepulturas de chins, uma fonte, árvores, e lá no topo a fortaleza da Guia. À esquerda uma pobre povoação de chins cristãos com a sua capela de S. Lázaro, que foi a primeira freguesia de Macau, e mais além a aldeia de Mong-Há e as ruínas de um forte novo. Seguindo, deixas à direita a moderníssima fortificação de D. Maria II, desces a galope a Rampa dos Cavaleiros, e entras no istmo onde esteve a Porta do Cerco: estás outra vez na China dos mandarins (...); o melhor é voltar e, a trote rasgado, seguir a margem do rio pelo outro lado da povoação de Mong-Há, volver a entrar na cidade pela porta de Santo António, ou cruzando uma estrada transversal pelo sopé da fortaleza do Monte, vir sair novamente à horta do padre Almeida e, daí, retroceder para o interior de Macau".
Francisco Maria Bordalo. Um Passeio de Sete Mil Léguas (publicado em Lisboa, em 1854)
Francisco Maria Bordalo (1821-1861), oficial da marinha portuguesa e escritor,
Foi promovido a primeiro-tenente supranumerário a 12 de Novembro de 1850, e foi ao mesmo tempo nomeado, em comissão , secretário do novo governador da província de Macau, Timor e Solor, conselheiro Gonçalves Cardoso, partindo os dois de Lisboa para o seu destino a 23. Foram via Suez (ainda sem canal), para chegarem, com vários transbordos, a Hong Kong em 24 de Janeiro de 1851.
“No Egipto recebeu má sombra: aí, desembarcando em Alexandria, por passageiros vindos para a Europa, Bordalo teve a primeira notícia da explosão em Macau da fragata D. Maria II; notícia algo vaga, suficiente porém para não deixar sossegado quem tinha entre os tripulantes desse navio de guerra um querido irmão. Em Singapura tudo ficou esclarecido: a D. Maria II perecera e com ela quase toda a tripulação, incluso o segundo-tenente Luís Maria Bordalo. Chegou a Macau em 24 de janeiro de 1851, retirou-se passados dezasseis meses, em Maio de 1852“, pode ler-se numa edição da revista “O Panorama: jornal literário e instructivo da sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis”. A revista, fundada e dirigida por Alexandre Herculano, publicou-se entre 1837 e 1868.
Francisco Maria Bordalo. Um Passeio de Sete Mil Léguas (publicado em Lisboa, em 1854)
Francisco Maria Bordalo (1821-1861), oficial da marinha portuguesa e escritor,
Foi promovido a primeiro-tenente supranumerário a 12 de Novembro de 1850, e foi ao mesmo tempo nomeado, em comissão , secretário do novo governador da província de Macau, Timor e Solor, conselheiro Gonçalves Cardoso, partindo os dois de Lisboa para o seu destino a 23. Foram via Suez (ainda sem canal), para chegarem, com vários transbordos, a Hong Kong em 24 de Janeiro de 1851.
“No Egipto recebeu má sombra: aí, desembarcando em Alexandria, por passageiros vindos para a Europa, Bordalo teve a primeira notícia da explosão em Macau da fragata D. Maria II; notícia algo vaga, suficiente porém para não deixar sossegado quem tinha entre os tripulantes desse navio de guerra um querido irmão. Em Singapura tudo ficou esclarecido: a D. Maria II perecera e com ela quase toda a tripulação, incluso o segundo-tenente Luís Maria Bordalo. Chegou a Macau em 24 de janeiro de 1851, retirou-se passados dezasseis meses, em Maio de 1852“, pode ler-se numa edição da revista “O Panorama: jornal literário e instructivo da sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis”. A revista, fundada e dirigida por Alexandre Herculano, publicou-se entre 1837 e 1868.
FMB teve textos seus publicados na revista O Panorama: "Viagens na África e na América" (1854), "Scenas de Escravatura" (1854), "Quadros Marítimos" (1854), "D. Sebastião, o Desejado - Lenda Nacional" (1855), "Navegadores Portugueses" (1855) "Navegadores Estrangeiros" (1855), "Viagem Pitoresca à Roda do Mundo" (1855).
Considerado o introdutor do romance marítimo, Bordalo é ainda autor de obras como: Trinta Anos de Peregrinação, Manuscrito Achado na Gruta de Camões, Macau (1852), Um Passeio de Sete Mil Léguas, Lisboa (1854) e Eugénio, Romance marítimo, Rio de Janeiro (1846).
Considerado o introdutor do romance marítimo, Bordalo é ainda autor de obras como: Trinta Anos de Peregrinação, Manuscrito Achado na Gruta de Camões, Macau (1852), Um Passeio de Sete Mil Léguas, Lisboa (1854) e Eugénio, Romance marítimo, Rio de Janeiro (1846).
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