No final de Maio de 1836 duas escunas de guerra dos EUA chegaram a Macau. O jornal "O Macaísta Imparcial" registou o facto...
"Na tarde do dia sesta feira 27 de Maio chegou a curveta "Peacock" (Pavão) comandada pelo capitão C. K. Stribbling, onde vinha também o Commodore E. P. Kennedy, e a escuna "Enterprise" (Empresa), Capitão W. H. Campbell. (...)"
Na verdade esta última escuna era comandada pelo capitão Archibald S. Campbell. Nos mares da região - Índias Ocidentais - desde 1832, as tripulações foram atingidas por várias doenças.
O comandante da "Enterprise", Archibald S. Camphell chegou a Macau já doente e morreu a 3 de Junho, vítima de disenteria. O funeral foi no dia seguinte tendo participado o governador Bernardo Joze de Sousa Soares Andrea (1833-1837) e o Batalhão de Príncipe Regente prestado as honras fúnebres.
Ficou sepultado na campa nº 49 do Antigo Cemitério Protestante onde está inscrição: "The remains of Archibald S. Campbell Esq. who died at Macao in command of the Schooner Enterprize June 3d 1836. (...) Erected to the memory of Lieutenant Commandant Archibald S. Campbell by the Officers of the U. S. Ship Peacock and Schooner Enterprize 1836."
Na altura morreu também, a 13 de Junho, o escrivão da escuna "Peackok", Edmund Roberts, diplomata responsável pela assinatura - em nome do governo dos EUA - de vários tratados de amizade e de comércio com países da região.
Nos registos que deixou da sua actividade - Embassy to the Eastern Courts of Cochin-China, Siam, and Muscat during the years 1832,33, 34", publicado em Nova Iorque em 1837 - pode ler-se a propósito do comércio com os chineses, feito em Cantão a partir de Macau:
"The Chinese merchants have a well-earned reputation as shrewd dealers: they have little confidence in each other; every contract of importance must be 'fixed,' and made sure by the payment of a stipulated sum: but they place the most unlimited confidence in the integrity of their foreign customers."
Nota: num próximo post darei conta de mais informações sobre o livro referido onde Edmund, que viveu vários meses em Macau ao longo de vários anos, deixou o seu testemunho de como era a vida no território na primeira metade do século 19.
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