Anúncio de Leilão de Chás de Macau
500 "meio-cestos" de Congou (variedade de chá preto) sendo a mais usada no chamado "pequeno-almoço inglês".
Jornal da Austrália The Argus - 15.6.1878
Ao longo do século 19 o Chá foi um produto com grande quota nas exportações de Macau. Em 1890, por exemplo, foram exportados 157.505 cestos. As folhas de chá chegavam a Macau das províncias vizinhas da China continental. No território o chá (preto, verde, etc...) era escolhido, torrado, preparado e embalado para exportação. Por cada 100 cates de chá em bruto saíam do território cerca de 70 cates de chá preparado.
Em 1889 a exportação de chá preto atingiu os 14 mil picos. Um pico corresponde a cerca de 100 cates, ou seja, cerca de 60kg.
Neste registo de "Movimento do Porto" de Macau entre os dias 20 e 25 de Outubro de 1863, o "chá" é o produto em maior evidência, nomeadamente nos navios que saíam de Macau (exportação).
Excerto de "No Oriente: De Napoles á China", de Adolpho Loureiro, 1896:"(...) Fui apresentado a um dos mais ricos negociantes e banqueiros chins de Macau. Mandou immediatamente servir me charutos de Manilla e chá, que se faz em cada chavena de porcellana, que tem pires tambem de porcellana ou de zinco furado, onde a chicara encaixa, sendo coberta com uma tampa da mesma porcelana. Deitam-se-lhe as folhas do chá e a agua a ferver, cobre-se a infusão por algum tempo, e toma-se depois esta bebida sem assucar. O chá que ali tomei era um pouco adstringente, como o nosso chá verde, mas com um aroma precioso. Serviram-me depois para provar um outro chá, de folha muito miuda e de um aroma e sabor finissimo e muito agradavel. Era o chá conhecido pela denominação de chá mandarim. (...)"
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