Quem é leitor habitual do blogue, por certo já detectou o meu fascínio pela baía da Praia Grande. A original, claro... E não sou o único. Entre os inúmeros registos dos que passaram por Macau, do século 16 ao início do século 20, praticamente todos os que deixaram testemunho escrito dessa presença, destacam a beleza da baía.
"(...) Entering a wide semicircular bay which faces the east on the right hand we have the fort S Francisco on the left that of Na Sra de Bom Parto and before us on landing a broad airy spacious quay Praya Grande and many pretty houses among which is the residence of the Governor and that of the Minister. To the east of the town is a field Campo which stretches itself out to the very boundary wall that closes the prison of Macao. The territory is scarcely eight miles in circuit Its greatest length from north east to south west being under three miles and its breadth less than a mile. (...)
in The Chronicle and Directory for China, Japan & the Philippines for 1869
No ano de 1869 são referenciados dois hotéis na Praia Grande: o Oriental, cujo gerente é D. B. Vines e o Royal, propriedade de C. R. Reed, tendo como gerente J. White e assistente L. M. Perpétuo.
Em 1875 este hotel era já propriedade de L. A. de Graça e E. A. Jorge. Neste ano surge um "Billiard Room", no nº 30 da Rua Formosa, pertencente a Hingkee. Trata-se de Pedro Leung Hing Kee, também conhecido por Peter Leong Hing-kee, um empresário que dominava o chinês, francês, inglês e português, e que neste altura era dono do Hong Kong Hotel e do Victoria Hotel na então colónia britânica. Começou a trabalhar como moço de recados num navio francês. Em 1883 Hing Kee muda-se para Macau onde compra o "Oriental" que ficará conhecido como Hing Kee hotel, ou Macao Hotel, na Praia Grande. Por volta de 1905 Hing vendeu o hotel mas continuou a viver em Macau onde morreu, estando sepultado no cemitério de S. Miguel.
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