A foto é de Mário B. Pereira com estúdio no Beco da Felicidade
No verão de 1962, um dos jornais mais lidos em Portugal, o Diário Popular (1942-1991), enviou à China o seu subchefe de redacção, Mário Rosa, ex-guarda redes do Benfica. O convite veio do jornal Guangming ribào, de Pequim, e a visita decorreu entre Julho e Agosto de 1962.
De acordo com os registos da PIDE a visita teve início em 24 de Julho de 1962, não contando o tempo que esteve em Macau (ver foto de 17 de Julho). Mário Rosa
foi acompanhado pelo jornalista chinês Ch'oi Leong Soi, director do diário pró-comunista
de Macau Dazhong bào - Tai Chung Pou (Diário para Todos), propriedade
de He Xian, que serviu de intérprete durante a estadia de Mário Rosa, e por
He Xian até Guangzhou.
Seria Ho Yin a levar Mário Rosa de automóvel de Macau até Cantão, tendo daí seguido para Pequim. Esteve 19 dias na China - "No País dos 600 Milhões de Habitantes" - e fez várias reportagens que seriam publicadas no Diário Popular. A última saiu a 28 de Setembro de 1962, menos de 24 horas antes do autor morrer. Entre os seus trabalhos conta-se a entrevista ao último imperador da China, Pu Yi.
Na
conferência de imprensa concedida em Hong Kong após a visita, Mário Rosa
declarou não ter visto indícios de fome na China e acrescentou que o
objectivo da sua viagem foi o de desenvolver os laços culturais,
educativos e da amizade entre Lisboa e Pequim.
Esta visita, e outras, antes e depois, enquadrou-se no âmbito de uma aproximação diplomática entre Portugal e a China, países que nesta altura não tinham relações diplomáticas oficiais.
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