No início de 1873 os dois mais conceituados astrónomos portugueses, Frederico Oom e João de Brito Capello são nomeados pela "Classe de Sciencia" da Academia de Sciencia de Lisboa para elaborarem uma proposta de deslocação a Macau de forma a que Portugal participasse na observação do trânsito de Vénus, que teria lugar em 8 de Dezembro de 1874. O território fica na área de melhor observação do fenómeno astronómico raro - Vénus passa frente ao Sol provocando um pequeno eclipse visto da Terra (a última vez ocorreu em 2012) - e tinha a vantagem de pertencer a Portugal.
No relatório dos dois cientistas portugueses explicam que o mundo astronómico se preparava para a observação com recurso a instrumentos mais aperfeiçoados e auxiliados pela "telegraphia eléctrica", para a determinação rigorosa da longitude, e a "photographia" para registar "fielmente as phases do phenomeno". É ainda explicado os investimentos que estavam a ser feitos por países como os Estados Unidos, Inglaterra, França e Rússia.
A estes dois homens junta-se um outro, César Augusto de Campos Rodrigues, marinheiro que esteve em comissão em Macau durante 4 anos a bordo da lancha Amazona por volta de 1860. O seu interesse pela ciência era tal que fará uma recolha de registos meteorológicos numa viagem de 160 dias entre Lisboa e Macau a bordo do brigue Mondego.
Parte do "Orçamento das despesas da Expedição a Macau" Total das despesas previstas: 8:809$000 |
A expedição a Macau seria autorizada por ofício do
Ministério do Reino de 3 de Julho de 1873 e até se criam equipamentos especiais para o efeito (Campos Rodrigues, engenheiro hidrógrafo desde 1865, é nomeado observador nesta missão e cria o 'revólver fotográfico'), mas a expedição chumba no parlamento que não dá autorização para as despesas e nem a viagem nem as observações acontecem.
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