“As ruas mais importantes que cortam o Bazar e estabelecem a ligação entre ele, a rua Marginal e o centro da cidade, na direcção Leste/Oeste são: a Rua da Felicidade e a Rua das Estalagens, duas ruas estreitas, tortuosas, tendo em alguns pontos a máxima largura de 6,5 metros! Estas ruas são ligadas transversalmente por outras, em piores condições ainda: a Rua dos Mercadores, a do Mastro, a do Aterro Novo, etc., chegando nestas travessas a haver largura de 3 metros e não sendo a maior nunca superior a 7 metros.
Resulta deste estado do Bazar, uma aglomeração enorme de casas de negócio, e portanto de gente e carros pelas ruas, que se atropelam constantemente, dificultando o trânsito e o comércio. A estes inconvenientes acresce, como consequência, que as condições higiénicas daquele recanto são deploráveis, isto é: uma falta de ar e luz em todas as habitações, becos e ruas, e um fétido insuportável por toda a parte.”
Foto publicada na "Ilustração Portugueza" em 1908 |
Em cima, o relato do Director das Obras Públicas, engenheiro Augusto Abreu Nunes, a 11 de Fevereiro de 1903... muito semelhante a um outro, de 1841 no Géographie universelle: ou description de toutes les parties du monde” de Conrad Malte-Brun:
“Toutes les rues sont étroites, tortueuses, plus ou moins en pente, mais propres et bordées de petites maisons à un seul étage, en pierre et blanchies à la chaux. Au centre de la ville européenne est situé le Bazar ou la ville chinoise, réunion de petites rues à peine larges de deux mètres et bordées de chaque côté de magasins et de boutiques. Ce quartier est inteèrement peuple de Chinois. Un groupe de rochers, près d´une des plus hautes éminences d la ville, forme un antre appelé grotte du Camoens: la tradition dit que c´est la que le poéte de ce nom composé son fameux poême de la Lusiade. Un habitant de Macao a su encadrer dans son jardin cet endroit pittoresque, asile sacré du malheur et du génie".
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