Até 10 de Setembro está patente no Museu do Oriente (Lisboa) a exposição Na Senda dos Leques Orientais. Segundo o museu "a exposição apresenta a história, características e usos do leque chinês na Europa a partir do século XVI, em 180 peças, entre obras do acervo do Museu do Oriente e empréstimos de 23 instituições - Museus Nacionais, Fundações, coleccionadores particulares, entre outras entidades."
Leque Plissado. China, dinastia Qing, c. 1860. Espólio Museu do Oriente |
Entre os séculos XVI e XIX, o comércio de leques chineses conquistou os mercados europeu e americano. Feitas de diferentes materiais, estas peças tornaram-se um adereço indispensável para os chineses durante as dinastias Ming e Qing. Cantão e Macau viriam a destacar-se como importantes centros de comércio e fabrico de leques.
O leque podia ser entendido como um instrumento cerimonial ou apenas com função utilitária. A intensificação da circulação de pessoas e produtos fez com que estes objectos rapidamente se transformassem num adereço requintado nas principais cortes europeias. A partir do XVIII, intensifica-se a comercialização e uso do leque, que passa a fazer parte dos hábitos das mulheres de todas as classes sociais. Era prática corrente que quem viajava para terras asiáticas trouxesse, no regresso, presentes para os seus entes queridos, sendo comum oferecer às mulheres este tipo de objecto.
Ao analisar-se atentamente cada leque, é possível verificar que são obras de arte trabalhadas com requinte, em materiais nobres como o marfim, a carapaça de tartaruga e a seda. Havia também leques fabricados em papel, que se destacaram pela delicadeza das representações que ostentavam. A técnica de execução dos leques evoluiu, permitindo assim uma melhor eficiência e facilidade no seu uso como adereço.
A exposição Na Senda dos Leques Orientais oferece um panorama histórico sobre o aparecimento dos leques, os diferentes tipos de exemplares, o seu processo de fabrico, bem como o seu uso na cultura oriental e na sociedade europeia, desde o século XVI. Entre exemplares raros, obras de pintura, escultura e artes decorativas, as cerca de 200 peças em exposição revelam como este acessório, em diferentes momentos, se transformou num instrumento de comunicação social.
Representação da baía da Praia Grande num leque de meados do século 19 |
PS: Em breve publicarei mais detalhes sobre estes leques.
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