Boletim relativo ao "Império" dos resultados eleitorais para o cargo de presidente da República, dos candidatos General Humberto Delgado e Almirante Américo Tomás, obtidos no Continente português, Ilhas da Madeira e Açores e Colónias portuguesas em África, Macau, Timor e Índia.
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| Imagem: Museu da Presidência da República |
No que é considerado como o princípio do fim do Estado Novo, o candidato do regime de Salazar e da União Nacional, o partido único, foi o almirante Américo Tomás. Obteve 76.5% dos votos, enquanto o candidato independente Humberto Delgado - autor da célebre frase «Obviamente, demito-o», quando foi confrontado com a pergunta de um jornalista sobre o que faria a Salazar caso fosse eleito - alcançou 23,4%.
Com muitos relatos de fraude eleitoral (boletins de votos roubados, falta de fiscalização, etc...), Humberto Delgado contestou os resultados e houve pequenas correções, que após analisadas pelos tribunais retiraram cerca de 6000 votos a Américo Tomás. Seja como for, o resultado 'assustou' o regime que no ano seguinte decidiu que a eleição presidencial passaria a ser decidida pela Assembleia Nacional de partido único.
Curiosidade: O candidato Humberto Delgado não obteve nenhum voto em Macau (tal como em Timor). Ainda assim, segundo este boletim, no território o candidato vencedor alcançou 90,8% dos votos e 152 listas foram "inutilizadas".
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