Henry Kissinger receive his honorable degree at University of East Asia 1987
澳門東亞大學 頒受榮譽學位比 基辛格
Kissinger doutor honoris causa pela Univ. Ásia Oriental (Macau) 1987
Henry Alfred Kissinger foi o 56º Secretário de Estado dos Estados Unidos, cargo que ocupou de 1973 a 1977. Foi, também, Assistente do Presidente para os Assuntos de Segurança Nacional de 1969 a 1975. Durante este período foi responsável pela normalização das relações entre Pequim e Washington.
A primeira viagem a Pequim ocorreu em Julho de 1971. Uma célebre visita - secreta à época - que abriria caminho à histórica viagem do Presidente Nixon à China, meses depois.
Já nos EUA e no cargo de secretário de Estado, depois de ter sido antes conselheiro de segurança nacional, Kissinger escreveu um memorando ao Presidente Nixon onde explica o teor das conversas tidas em Pequim. “Mao sugeriu energicamente que não usará a força contra Taiwan, lembrando a serenidade com que trata as questões de Macau e Hong Kong”, escreveu Kissinger no documento actualmente desclassificado e aberto a consulta pública.
Excerto da acta da conversa que Kissinger manteve em Pequim com Mao Zedong e Zhou Enlai, sobre as questões relativas a Taiwan, Hong Kong e Macau:
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Kissinger e Zhou Enlai em Julho de 1971 |
Secretário Kissinger: Do nosso ponto de vista, queremos relações diplomáticas com a República Popular da China. A única dificuldade é que não podemos esfriar as relações com Taiwan imediatamente, por várias razões, todas elas relacionadas com a nossa situação interna. Disse ao Primeiro Ministro (Chou En Lai) que esperamos completar o processo durante 1976. Portanto, a questão é saber se conseguimos encontrar uma fórmula que nos permita ter relações diplomáticas, cuja utilidade seria um reforço simbólico dos nossos laços, porque, de um ponto de vista técnico, o Gabinete de Ligação já funciona de uma forma muito útil.
Presidente Mao: Pode ser.
Secretário Kissinger: O que é que pode ser?
Presidente Mao: Podemos continuar como estamos, porque vocês ainda precisam de Taiwan.
Secretário Kissinger: Não é uma questão de precisarmos; é uma questão de possibilidades práticas.
Presidente Mao: O que é a mesma coisa (risos). Também não temos pressa em relação a Hong Kong (risos). E nem sequer tocamos em Macau. Se quiséssemos tocar em Macau, bastar-nos-ia um toque muito ligeiro. Porque esse é um entreposto estabelecido por Portugal no tempo da Dinastia Ming (risos). O Khrushchev procurou embaraçar-nos, perguntando-nos por que não queríamos Hong Kong e Macau de volta. E eu não apenas disse ao Japão que concordamos com as suas reivindicações sobre as quatro ilhas do norte, como a União Soviética ao longo da história se apropriou de um milhão e meio de quilómetros quadrados da China.
Secretário Kissinger: Tal como vejo o problema das relações diplomáticas, Sr. Presidente, é assim. Na questão de Taiwan, julgo que temos um bom entendimento, que devíamos procurar manter. E o Gabinete de Ligação está a fazer um bom trabalho. Portanto, a única questão está em saber se a uma determinada altura, um de nós, ou ambos, sentirá a necessidade de demonstrar que a nossa relação é normal em todos os aspectos. Nesse caso, devíamos encontrar uma fórmula para o tornar possível, mas não é uma necessidade.
Presidente Mao: Estabelecemos relações diplomáticas com a Índia e com a União Soviética, mas não são muito boas. Não são sequer tão boas como as nossas relações convosco. Por isso, este não é um problema importante. Problema importante é a situação internacional.
Secretário Kissinger: Concordo completamente com o Presidente e acho que esta é uma questão em que devemos estar de acordo, e estamos de facto de acordo (…)”
Entre os inúmeros prémios que Kissinger recebeu contam-se o Prémio Nobel da Paz, em 1973; a Medalha Presidencial da Liberdade (maior condecoração civil dos Estados Unidos), em 1977; e a Medalha da Liberdade (atribuída apenas a 10 líderes norte-americanos nascidos no estrangeiro), em 1986.