domingo, 5 de setembro de 2021

Typographias... no século XIX

Ao lado a capa de um livro editado/impresso pela Typographia de Noronha & Ca. em 1900. O nome é em português mas a tipografia estava localizada em Hong Kong.
A família Noronha tem origens em Macau. Foi ali que no século XVIII João de Noronha casou com uma senhora de origem chinesa que usava o nome cristão de Priscila de Queirós. Deste casal foi neto Delfino Joaquim de Noronha, nascido em Macau em 1824, que emigrou com 20 anos para a então recentemente criada colónia inglesa de Hong Kong. Ali estabeleceu uma tipografia que foi, durante muitos anos a mais importante do território. Anos mais tarde viria a comprar uma outra tipografia em Xangai.
Casou em Macau com Umbelina Maria Basto, filha de uma senhora holandesa, Carolina Dober, e de um comerciante português, António Teixeira Machado Basto, eleito almotacé (inspector de pesos e medidas) da Câmara de Macau em 1833.
Seu filho, Henrique Lourenço de Noronha, nascido em 1841, tal como o pai,  dedicou-se à impressão gráfica - o nome da empresa mudou para Typographia de Noronha e Filhos - tendo sido convidado por Sir Cecil Clement Smith, secretário da colónia britânica de Singapura, para instalar em 1844 uma tipografia naquela cidade que publicasse o Straits Settlements Government Gazette. Henrique regressaria a Hong Kong com uma pensão vitalícia do Governo inglês em 1899.
Nota: nesta época (1855) o macaense Nicolau Tolentino Fernando estabeleceu a Tipografia Mercantil que, entre outros produtos, imprimia o Boletim do Governo. A empresa também teve como denominação, anos mais tarde, Tipografia Mercantil N. T. Fernandes e Filhos.
Existia ainda, por exemplo, a Typographia do Seminário de S. José. Ao lado a capa de uma obra impressa em 1869.
A Noronha & Co  - na imagem do lado direito - na Wellington Street, em Hong Kong, ca. 1925
A Typographia Macaense, estabelecida em Macau na primeira metade do século 19. Aqui num anúncio publicado em 1839 na "Gazeta de Macao".

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