A 31 de Janeiro de 1835, cinco depois do fatídico incêndio no colégio e igreja de S. Paulo (na noite de 26 para 27 de Janeiro), George Chinnery, como se de um fotojornalista se tratasse, desenhou os efeitos do incêndio. O próprio escreveu a data no desenho como era seu hábito. Que restou apenas a fachada é o que se conhece até hoje, nada restando do que era o interior do edifício. O desenho de Chinnery revela no entanto que ainda ficaram de pé algumas estruturas edificadas em pedra. É muito provavelmente o único documento gráfico que o atesta.
Com o incêndio também ficou destruído um relógio. No livro de 1836 An Historical Sketch of the Portuguese Settlements in China o sueco Anders Ljungstedt escreve:
"In this edifice is a clock which strikes quarters and hours and to judge from an inscription on the principal wheel Louis XIV made a present of it to the Jesuit college". Ou seja, "Neste edifício está um relógio que bate quartos e horas e a julgar por uma inscrição do mecanismo principal foi oferecido pelo rei Luís XIV (França) ao colégio jesuíta".
Segundo relatos da época este relógio permitiu apurar com exactidão quando ocorreu o incêndio:
"Tinham soado as seis horas da tarde quando o fogo começou de atear-se e tão rapido lavrou que o primeiro quarto depois das oito immediatas foi para os desconsolados habitantes de Macau a despedida do grandioso relogio do collegio que o devia a munificencia de Luiz XIV."
Este relato foi reproduzido no Boletim do Governo de Macau de 28 de Janeiro de 1867.
Curiosidade: no desenho podem ver-se dois soldados portugueses
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