sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Circo e subscrições para o cemitério protestante em 1860

"The amount subscribed in 1858/59 for the support of the Protestant cemetery at this place was 3,975 dols.
The circus left a few days ago for Canton in the Melee after having had a good time here; impossible to get any tickets on Saturday night all outsold before the evening. It has been a little change and come in good time just after the holidays and has stirred up the Portuguese in Macao a little, and now we will soon have the Chinese holidays with all chinchinning, etc."
Notícia do The London and China Telegraph de 17 de Março de 1860
Tradução/Adaptação:
"O valor subscrito em 1858/59 para o apoio ao cemitério protestante deste local foi de 3.975 dólares. O circo partiu há poucos dias para Cantão a bordo do Melee depois de grandes momentos de diversão aqui; foi impossível comprar bilhetes no sábado à noite, todos esgotados antes da noite. Foi uma pequena mudança na vida da cidade e chegou em boa hora logo depois das férias agitando um pouco os portugueses em Macau, e agora em breve teremos os feriados chineses com todas as celebrações devidas, etc."

Nota: Em Outubro de 1857 o Leal Senado comunicou à Comunidade Protestante que a partir de 10 de Dezembro desse ano ficavam proibidos os enterros dentro das muralhas da cidade, o que incluía não só este cemitério como também o que existia nas traseiras da fachada das ruínas de S. Paulo. Desta forma em 1858 os protestantes compraram um terreno para esse efeito no  chamado Jardim do Carneiro*, perto de Mong-Ha. Este passou a ser conhecido como Novo Cemitério protestante enquanto o que existia junto à Praça Luís de Camões (desde ca. 1814) viria a ficar conhecido como o Velho Cemitério Protestante, e que ainda hoje existe bem como a capela nele incluída.
* O terreno era propriedade de Bernardo Estêvão Carneiro (1785-1854), um rico comerciante português. O pai tinha o mesmo nome.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Diamantino Ferreira: 1939-2024

Morreu na terça-feira Diamantino de Oliveira Ferreira, antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM) e deputado por Macau na Assembleia Constituinte de 1975. Diamantino Ferreira foi também conservador, notário, advogado e juiz.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Diamantino Ferreira foi advogado, juiz substituto do Tribunal da Comarca de Macau, notário público e privado e também conservador. Na década de 1970, Diamantino Ferreira entrou em funções no cargo de provedor da SCMM, onde ficou durante 15 anos. Depois disso, ainda fez um mandato enquanto presidente da mesa da assembleia-geral da SCMM. 
Conservador do Registo Predial em 1969 (fora nomeado em 1964).
 Nesta ocasião, a 29 de Março, comemorava-se o primeiro centenário do Registo Predial. Nobre de Carvalho era governador.

Após o 25 de Abril de 1974, Portugal realizou as primeiras eleições por sufrágio universal em 1975. Para a Assembleia Constituinte, foram eleitos 250 deputados. Entre eles, Diamantino Ferreira, deputado eleito por Macau, ligado à Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM), associação política de matriz portuguesa e de cariz conservador fundada em 1974 no território por um grupo de macaenses, entre os quais estavam Delfino José Rodrigues Ribeiro e Carlos Augusto Corrêa Paes d’Assumpção. A lista da ADIM conseguiu um total de 1622 votos (0,03%). Após a aprovação da Constituição, em 1975, Diamantino Ferreira apresentou uma declaração de voto em que aplaudia as disposições do texto constitucional e destacava as disposições relativas aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e aos direitos e deveres de expressão económica, social e cultural. 
O deputado de Macau manifestou também a sua “fundada esperança na institucionalização, por via da lei fundamental, da democracia e da liberdade em Portugal”. Na sua declaração de voto, Diamantino Ferreira transmitiu também à Assembleia Constituinte o “regozijo da população de Macau por ver constitucionalmente satisfeitas as suas justas aspirações: a permanência da administração portuguesa e o estatuto de autonomia”.
Excertos de artigo da autoria de André Vinagre, publicado na edição de 3.10.2024 do jornal Ponto Final.
Excerto da intervenção de Diamantino Ferreira - nasceu em Macau a 22 de setembro de 1939 - na sessão de 2 de Abril de 1976 que aprovou a nova Constituição:
"(…) o Deputado de Macau vivamente aplaude as generalidades das disposições do texto constitucional, com especial relevância para as que respeitam aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e aos direitos e deveres de expressão económica, social e cultural, as quais corporizam notáveis aquisições do povo português. Manifesta a sua fundada esperança na institucionalização, por via da lei fundamental, da democracia e da liberdade em Portugal.
Recorda, com emoção, o longo e acidentado caminho percorrido pelos constituintes da liberdade e os dias terrivelmente difíceis que se viveram nesta Casa."

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Antes e Depois: edifício no jardim Lou Lim Ioc

A foto a cores é a mais actual, deste século. O edifício pertence ao jardim Lou Lim Ioc e tem a fachada principal virada para a Av. do Conselheiro Ferreira de Almeida. Alberga actualmente a casa Cultural de Chá.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Foto-legenda: comemorações do 1 de Outubro

A fotografia testemunha as celebrações do 1 de Outubro (implantação da República Popular da China a 1 de Outubro de 1949) na década de 1950 junto ao Cinema Alegria (Wing Lok), na Estrada do Repouso perto do hospital Kiang Wu. 

O cinema - foto do século 21 acima - foi construído em 1952, por iniciativa conjunta dos empresários chineses estabelecidos em Macau: Ho Yin, Ma Man Kei e Chan Chek San.