quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Portugal e as Colónias Portuguesas


Portugal e as colónias portuguêsas: com um apêndice sôbre a história da geografia e uma nota bibliográfica sôbre a geografia de Portugal e dos seus domínios. Primeira edição (de autor, Fortunato de Almeida) de 1918. Coimbra.

Inclui inúmeras gravuras intercaladas no texto sobre a geografia física, politica e económica de Portugal, dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, Cabo Verde, Guiné, S. Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Índia, Macau e Timor.
O capítulo VII é dedicado a Macau. Num total de 9 páginas  apresenta-se uma breve resenha histórica e descrições sumárias sobre a geografia, política e economia. As três imagens que ilustram o capítulo são de má qualidade sobretudo devido à pouco gramagem do papel usado na edição: Porto Interior, Rua das Felicidades (é mesmo assim... mas a versão correcta é Rua da Felicidade) e Pagode da Barra.
As fotografias são do final do século XIX e muito provavelmente da autoria de Carlos Cabral pela similitude que apresentam face a outras publicadas na revista Ta-Ssi-Yang-Kuo.

“Todas as possessões de Macau medem aproximadamente a superfície de 10 mil quil. quadrados. A parte portuguesa do istmo e a península de Macau medem 3,23 K2; a parte occupada pela cidade, incluindo ruas, estradas, jardins e cemitérios mede 2,10 K2.
A SE. da península é esta banhada pela rada de Macau; a W. e NW. existe o chamado Porto Interior, entre a península de Macau e a ilha da Lapa. No Porto Interior existe a pequena Ilha Verde, hoje quási ligada ao istmo por assoreamento natural e por obras realizadas no sentido de estabelecer a ligação.
A costa da península oferece muitas sinuosidades. 

A NE., abrigada do sul por um longo promontório , a ampla baía de D. Maria II; a S. do mesmo promontório, a baía de Cacilha; a SW. a baía da Praia Grande e as enseadas do Mainato e do Bispo. (...)
Na falta de territórios para a exploração agrícola, todas as fontes de riqueza pública em Macau se reduzem à actividade industrial e comercial; e ainda quanto a estas já teve a colónia maior prosperidade quando não sofria tanto a concorrência do pôrto inglês de Hong- Kong e de diversos portos chineses de novo abertos ao comércio estrangeiro.
O mais importante objecto da actividade económica de Macau é o ópio, importado em crú, preparado e reexportado. S
emelhantemente se procede com o chá, que é também importado e preparado para dêle se fazer valiosa exportação, quási toda para Inglaterra.
É muito considerável a indústria da pesca, que abastece de peixe frêsco, sêco e salgado a cidade de Macau, Hong-Kong e outras povoações.
Outras indústrias de Macau: fabrico de sêda, descasca e moagem de arroz, fabrico de esteiras e fogos de artifício…."


Rua da(s) Felicidade(s) - Bazar chinês (legenda original)
Fortunato de Almeida Pereira de Andrade (1869-1933) era formado em Direito. Foi professor (e reitor) do Liceu José Falcão (Coimbra), da Escola Normal Superior de Coimbra, e historiador. Autor de uma História de Portugal (história do desenvolvimento de Portugal desde a Lusitânia pré-histórica até ao reinado de D. Manuel II) publicada em 1922-1929 e ainda da História da Igreja em Portugal. Foi sócio da Academia das Sciências de Lisboa, da Sociedade de Geografia, da Sociedade Portuguêsa de Estudos Históricos e do Instituto de Coimbra. Foi agraciado pela Santa Sé com a condecoração Pro Ecclesia et Pontifice. (...)

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