quinta-feira, 12 de abril de 2018

“Ancoradouro da Taipa: Nomes do Passado e do Presente”


A exposição “Ancoradouro da Taipa: Nomes do Passado e do Presente” está patente na Casa de Nostalgia das Casas da Taipa até 18 de Junho (excepto à 2ª feira), entre as 10 e as 19 horas.
A actual zona do COTAI era onde se localizava em tempos o Ancoradouro da Taipa, pelo qual passavam frequentemente muitas embarcações comerciais estrangeiras. Com a apresentação dos topónimos do passado e do presente, a exposição que decorrerá na zona do Ancoradouro da Taipa, dá a conhecer este pedaço de terra aos visitantes e episódios históricos que aí tiveram lugar.
A mostra inclui numerosos artefactos de significado histórico, incluindo mapas antigos de Macau tais como o “Mapa do Ancoradouro da Taipa e de Macau do século XVIII” e o “Mapa de Macau e das ilhas das imediações (1891)”, assim como livros antigos como Hai Dao Tu Shuo (Roteiro Náutico) e Guangdong Tongzhi da dinastia Qing.
A este propósito recordo algumas informações sobre a Taipa. Veja-se o que refere o "Regulamento da Alfândega de de Macao" em 1845 sobre a Taipa (excerto):
Art. 1- Os capitaens de navios mais embarcaçoens mercantes nacio naes ou estrangeiros que a Rada de Macao ou Taipa sáo a receber o registo de Alfandega bem assim a vizita do guarda mor de quem suas vezes fizer; os navios que ancorarem da Barra com carga receberað alem da vizita os guardas que o guarda mor collocar para vigia navio
Art. 2- Quando os navios a descarregar mercadorias para os capitaes sáo obrigados a no registo se effectuara a dentro do porto ou na Taipa.
Art. 3 - Os navios que entrarem ancoradouro da Taipa poderāo para Macao ou para outros alli estacionados ou ficarem com mercadorias abordo não sendo a nenhum fazer leiloens de alguma alli.
Art. 4 - He exceptuado da regra cima o artigo Opio.
Art. 5 - Os navios que na Taipa findos 14 dias sáo a pagar a ancoragem de 5 mazes toneladas e esta ancoragem vallera o navio por hum anno quer entrem ou saiāo dentro do anno huma ou vezes sáo sujeitos a ancoragem so embarcaçoens de 100 toneladas cima. Art. 6 - Quando tenhão de em Macao os capitaens dos dentro de 48 horas depois de sáo obrigados appresentar manifesto n alfandega em Portuguez com a divida descripcio dos artigos volumes marcas numeros e dos consignatários.
Art. 7 - Os capitaens dos fundeados na Taipa ou no rio essencialmente responsavies abordo inteira execuqāo das ordens que forem communicadas da parte dálfandega. (...)
Mapa de 1912

No livro de "Instrucc̨ões para navegar nos mares da India e China" escrito por James Horsburgh em 1845 também encontramos referências à Taipa:
(...)"Porto de Macao" que se forma entre a peninçula e a Grande Ilha Tui Lien Chau a Oeste hé estreito na entrada porèm tem 21 e 20 pés na baixamar chegado Forte de S Yago o qual está situado na ponta de Leste e daqui ao longo da de Leste Até á Cidade os fundos continuaõ quasi a ser os mesmos. Hum navio que vai para o porto he preciso que passe pella Taipa visto haver 13 pés na baixamar pelo meio do caminho entre a Taipa e a entrada do porto, porêm so mente 12 e 11 pés pelo grande espaço entre Cai cong e Macao.
O canal fica numa linha recta des o âncoradouro de Taipa atè á entrada do porto e para evitar a Pedra Mio (huma rodha alagada obra de 3 de milha a Leste da ponta do NE de Macacarira) he preciso cônservar a ponta do NE da montanha aberta a Leste de Macacarira ou ao passalla vê-se hum pouco mais do que por meio canal para a banda de Caicong. Daqui, goverme-se direito para a entrada do porto visto não haver outro perigo, excepto Panlangchi, huma rocha que ha da banda de Leste do canal do qual demora a ponta exterior do Mallou chou grande O 16 SO e a ponta do Forte de S Yago. (...). A ponta do NE da montanha enfiada pela ponta de Leste de Macacarira conduz saffo a Oeste de Pan Lang Chi e hum navio não hirà mui chegado a ella se a caso se não puzer a Leste de tirada da ponta de Oeste de Cai cong até à ponta do Forte de S Yago. Esta ponta se deverá montar de bastantemente perto ao entrar no porto e se quasi chegado à terra de Leste até ao ancoradouro que está emparelhado com a cidade. Alcançando licença do Governador hum navio destroçado pode virar de crena e reparar se neste porto, e em tal caso concederaó a hum Pratico o trazello da Rada, ou da Taipa, ao porto; porêm qualquer navegante adherindo às instrucções precendetes ou tendo em seu poder o excelente plano do Capitaõ P Heywoode, publicado por Laurie e Whittle em 1809, pode entrar com segurança na Taipa sem Pratico. (...)


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