Ao consultar alguns livros da autoria de Monsenhor Manuel Teixeira deparei com esta referência que resolvi partilhar. A existência em tempos idos de um pelourinho no Largo do Senado, mesmo em frente à primeira configuração do edifício da Santa Casa da Misericórdia. O livro intitula-se "O Leal Senado". Tem 24 páginas e foi editado ca. de 1978. Segue-se um excerto a propósito do pelourinho...
O pelourinho segundo desenhos de George Chinnery
“Nos Arquivos de Macau, n.º 4, vol. II, 3.ª série, José Maria Braga conta como veio ao conhecimento de que outrora existiria um pelourinho no Largo do Senado.
No decurso de um colóquio, o Padre Sarmento pediu-me, para tentar pesquizar qualquer referência acerca do pelourinho que existiu em Macau (…) Este seu pedido ficou-me na lembrança, durante muitos anos, até que tive o indiscritível prazer de descobrir um esboço a lápis, no Museu de Vitória e Alberto, em Londres, que mostrava, exactamente, como era o antigo pelourinho que existiu e Macau. O desenho fora feito por George Chinnery, o artista inglês que viveu em Macau, de 1825 a 1853, sendo, na realidade, de aliciante interesse, pois lá aparecia o pelourinho, erecto no Largo de Senado (…) Neste desenho não só se vê o pelourinho apoiado sobre um pequeno plinto como igualmente se pode observar o esboço da fachada da velha igreja de Santa Casa da Misericórdia, tendo num dos seus lados a sua pequena torre crenelada, tão característica das igrejas portuguesas e, no outro, o cartório da venerável instituição dão íntimamente ligada a uma das mais belas fases de esmolaria deste minúsculo estabelecimento português (…)
A história guarda silêncio sobre a data da sua erecção, pois os velhos documentos desapareceram todos, reduzidos a pó pelos efeitos de um clima húmido e pelas destruições das traças, através de vário séculos, ficando nós assim a conjecturar, quando é que isso teria acontecido. No desenho de Chinnery, porém podemos ver que o pelourinho de Macau era um bonito exemplar do símbolo particular do prestígio português. A base parecia ser quadranqular, com dois lanços de degraus que vão do pavimento ao monumento. Sobre ela encontrava-se um pilar liso, idêntico aos pelourinhos doutras cidade e vilas portuguesas, na metrópole e nas cidades e vilas que se encontram bastante distanciadas umas das outras em todo o mundo. Sobre o fuste do pilar estava colocado um bloco de pedra, cúbico ou esferoidal, donde se projectavam hastes de ferro e, na parte cimeira, uma esfera armilar em pedra, símbolo tão intimamente ligado aos esforços que levaram os Portugueses às descobertas e a estabelecerem-se em tantos lugares (...) mas nos fins do século XVI, quando a cidade do Nome de Deus de Amacao foi concedido o seu foral, esta coluna de pedra tornou-se o verdadeiro símbolo da jurisdição municipal, se não da soberania nacional.”
No decurso de um colóquio, o Padre Sarmento pediu-me, para tentar pesquizar qualquer referência acerca do pelourinho que existiu em Macau (…) Este seu pedido ficou-me na lembrança, durante muitos anos, até que tive o indiscritível prazer de descobrir um esboço a lápis, no Museu de Vitória e Alberto, em Londres, que mostrava, exactamente, como era o antigo pelourinho que existiu e Macau. O desenho fora feito por George Chinnery, o artista inglês que viveu em Macau, de 1825 a 1853, sendo, na realidade, de aliciante interesse, pois lá aparecia o pelourinho, erecto no Largo de Senado (…) Neste desenho não só se vê o pelourinho apoiado sobre um pequeno plinto como igualmente se pode observar o esboço da fachada da velha igreja de Santa Casa da Misericórdia, tendo num dos seus lados a sua pequena torre crenelada, tão característica das igrejas portuguesas e, no outro, o cartório da venerável instituição dão íntimamente ligada a uma das mais belas fases de esmolaria deste minúsculo estabelecimento português (…)
A história guarda silêncio sobre a data da sua erecção, pois os velhos documentos desapareceram todos, reduzidos a pó pelos efeitos de um clima húmido e pelas destruições das traças, através de vário séculos, ficando nós assim a conjecturar, quando é que isso teria acontecido. No desenho de Chinnery, porém podemos ver que o pelourinho de Macau era um bonito exemplar do símbolo particular do prestígio português. A base parecia ser quadranqular, com dois lanços de degraus que vão do pavimento ao monumento. Sobre ela encontrava-se um pilar liso, idêntico aos pelourinhos doutras cidade e vilas portuguesas, na metrópole e nas cidades e vilas que se encontram bastante distanciadas umas das outras em todo o mundo. Sobre o fuste do pilar estava colocado um bloco de pedra, cúbico ou esferoidal, donde se projectavam hastes de ferro e, na parte cimeira, uma esfera armilar em pedra, símbolo tão intimamente ligado aos esforços que levaram os Portugueses às descobertas e a estabelecerem-se em tantos lugares (...) mas nos fins do século XVI, quando a cidade do Nome de Deus de Amacao foi concedido o seu foral, esta coluna de pedra tornou-se o verdadeiro símbolo da jurisdição municipal, se não da soberania nacional.”
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